Folha de S. Paulo


Publicitário cria 'ovelha de estimação' em sua casa em SP; veja fotos

Era domingo de manhã quando o publicitário Artur Freitas Fontes, 33, decidiu passear pelo parque Villa-Lobos (zona oeste) com seu animal de estimação preso à coleira.

O problema é que o bicho era um bebê ovelha de três meses.

"Fui cercado. Dava para ouvir gente gritando e tirando fotos a 30 metros de nós. O povo vinha perguntar se era trote. Queriam entender se a Ofelia era cabra, cabrito, bode. Ninguém reconhece ovelhas, coitadas."

Ofélia foi arrematada por R$ 500 (incluindo a ração) de uma fazenda em Vinhedo, a 75 quilômetros de São Paulo. Há um mês, divide o gramado do quintal do publicitário, em Pinheiros, com Sussa, uma cadela da raça rottweiler.

"No começo eu fazia um revezamento no jardim de casa, uma ficava solta e outra presa. Agora elas aprenderam a conviver e estão se dando bem."

ASSOVIO

A despeito da tranquilidade do nome, Sussa sofre de ciúmes.

"Eu assovio e a Ofélia vem que nem cachorro. Pula no colo, aceita carinho, é um doce. É diferente de todas as ovelhas, que são assustadas sempre", diz o publicitário, encantado com seu ruminante particular.

Além da comida processada, o gramado do jardim se tornou seu prato favorito –mas nada que o jardineiro não resolva.

Também não houve problemas com vizinhos ou a prefeitura. "Antes de comprar, consultei a legislação e vi que não tinha problema. Posso inclusive circular em lugares públicos, mas sempre de coleira", assegura.

O publicitário pretende manter a ovelha de estimação, que em média chega a 1,5 metro e pesa 100 quilos, "a longo prazo" no casarão de Pinheiros.

"Mas se ela não se adaptar, volta para a fazenda. Aí é garantido que ela não vai entrar na linha de produção de lã ou carne", diz.

'BERREIRO'

É na hora de sair para passear que Fontes lembra que Ofélia não late ou mia, mas grunhe.

"Colocar no carro é um problemão. 'Méeeee', é um berreiro sem fim. É tudo muito novo para ela também, né? Antes vivia numa fazenda, de repente foi para uma casa onde não tem nenhuma ovelha, mas um cachorrão."

Mas por que, afinal, uma ovelha?

"Já tive cachorro, passarinho, gato e queria algo que não fosse comum", explica.

Na falta de coelho, o publicitário saca da cartola o jargão profissional. "As pessoas têm que sair fora da caixa, sabe? Nesse sentido é uma contestação também: por que não pensar e fazer diferente? Eu fiz, tenho uma ovelha em casa e é bacana. Qualquer um pode ter também."

O cotidiano da ovelha urbana pode ser acompanhado no perfil criado por seu dono na rede social Instagram.


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