Folha de S. Paulo


Conheça as bandeiras de dez bairros de São Paulo

Quando Edison Vianna assumiu a Subprefeitura de Jaçanã/Tremembé, em janeiro, não esperava que a responsabilidade do seu cargo viesse acompanhada de um emblema.

Em seu gabinete, ao lado das bandeiras do Brasil, do Estado e da cidade de São Paulo, está hasteada a imagem de um trem entre as cores azul e verde -que representam o Jaçanã e o Tremembé.

Além dessa subprefeitura, outros bairros da cidade têm suas flâmulas exclusivas. Apesar de não terem sido pensadas sob os princípios da vexilologia, ciência que estuda as bandeiras, são imagens que mostram o orgulho dos moradores por suas regiões.

A Prefeitura de São Paulo não tem regras para criações desse tipo, mas não impede que elas sejam feitas e oficializadas, o que inclui uma menção no Diário Oficial da cidade.

Entre as que existem, cada uma teve uma estratégia de elaboração: de concursos em escolas a trabalho voluntário. As referências utilizadas incluem povos indígenas, migrantes nordestinos, monumentos e aspectos geográficos de cada bairro.

A ideia da bandeira para o Jaçanã e para o Tremembé é a única que surgiu dentro de uma subprefeitura.

Foi iniciativa do engenheiro civil Aníbal de Freitas Filho, 58, subprefeito dali de 2005 a 2007. "Sempre gostei de bandeiras. E a gente tem de ter civismo", diz.

Já o Ipiranga criou seu símbolo próprio em 1984. O desenho da pira com chamas em verde e amarelo sobre o fundo vermelho e preto é de autoria de um contador aposentado, que tinha, à época, 71 anos.

A imagem foi escolhida em um concurso organizado por lojistas, que recebeu 58 inscrições.

Para o professor de semiótica da Universidade Anhembi Morumbi Ricardo de Castro Monteiro, as bandeiras, além de criarem uma identidade, revelam como cada comunidade se vê.

"Em Parelheiros, por exemplo, a imagem de dois cavalos inspira força, rapidez, dinamismo", comenta.

A intenção é boa, mas não garante que o emblema seja difundido. A maioria das bandeiras segue desconhecida pelos moradores e duas estão perdidas: a do M'Boi Mirim não teve sua imagem localizada e a do Tatuapé, existiu, diz a prefeitura, mas pouco se sabe dela.


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