Folha de S. Paulo


Grupo luta por internet grátis no parque Ibirapuera; outro é contra

Há algo no ar do parque Ibirapuera. E não são ondas de wi-fi, rede sem-fio que viabiliza conexão com a internet. Mas sim comoção para que a área verde de lazer mais emblemática da cidade ofereça internet gratuita a seus frequentadores.

Mais de 13 mil pessoas apoiaram desde segunda uma petição on-line pela causa. "O wi-fi já é pauta da administração faz muito tempo. Muita gente leva a iniciativa e não se aprova nunca", diz Thobias Cortez Furtado, fundador do site www.parqueibirapuera.org

Furtado levará as assinaturas a reunião ordinária mensal da gestão do parque, que será realizada nesta quinta (3) no Ibira. "A ideia é empurrar a administração para tirar o projeto do chão."

Ele e seu grupo defendem que a empreitada possa ser feita com apoio da iniciativa privada. "Já houve propostas nesse sentido. O problema é que o sinal dentro do parque precisa ser mais pesado para passar das copas das árvores, e isso encarece um pouco."

O clamor já foi em parte ouvido pelo poder público. A Prefeitura de São Paulo colocou o parque entre as 120 áreas públicas onde pretende implantar internet wi-fi gratuita. A Secretaria de Serviços, responsável pelo projeto, esperava concluir a licitação até julho, o que não aconteceu, e iniciar a implantação da tecnologia em outubro. Houve atraso, mas "o planos continua o mesmo", diz a prefeitura.

SEM SINAL É MAIS LEGAL

Enquanto um grupo luta para conectar a área verde, há outras reuniões que preferem ficar em conexão só com a natureza quando vão ao parque. "É um dos poucos lugares da cidade em que você pode entrar em contato com o silêncio, com a natureza ou com si mesmo. Por que conspurcar isso colocando internet?", questiona a professora Maria do Carmo Alosi, que fundou o grupo Sem Sinal É Mais Legal.

Além de ser uma comunidade virtual com 37 pessoas, Maria do Carmo promete presença real na reunião de hoje. "Votaremos contra [a implantação de internet gratuita], caso haja uma votação."

Outra ação que cogitam fazer é realizar um evento chamado Sábado Shhiu. "Convidaríamos as pessoas para um piquenique. Mas antes, todo o mundo deixaria os celulares numa barraca, e teria de passar a tarde só lidando com os barulhos e informações humanas. Afinal, aqui é um parque e não uma LAN house."


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