Folha de S. Paulo


Projeto "Palavrão Cantado" terá músicas infantis polêmicas; ouça trechos

"Mamãe, onde é que fica o cu?" É o que pergunta Carlos Careqa na canção "Onde É que Fica?", que faz parte do seu novo projeto infantil batizado de Palavrão Cantado. Isso mesmo, infantil.

Ele decidiu inovar, chutar o balde e gravar uma série de músicas mais "sacanas" para crianças, falando de arroto, morte, masturbação. "Elas são mais inteligentes do que pensamos, acessam internet, veem televisão abertamente, gostam de falar bobagem sem culpa", diz o artista, que possui oito álbuns autorais lançados. Sobre o cenário musical infantil de hoje em dia, ele acha que "ninguém busca novos enfoques, [os artistas] vão atrás do que está dando certo".

A produção do novo disco, feita em parceria com Mario Manga e Marcio Nigro, começou agora, em São Paulo, e a ideia é correr para conseguir lançá-lo no Dia das Crianças, em 12 de outubro. As 11 músicas estão prontas, todas compostas por Careqa, e com nomes já definidos: "Rap do Peido", "O Diamante Azul do Vovô" (sobre Viagra), "Por que que a Vovó Tá Fria?" e "Exame de Fezes" são algumas delas.

"O disco será bem polêmico, e eu espero que seja, não quero cair na vala comum", afirma o cantor e compositor, que diz não estar interessado em "mercado". Ele classifica o projeto como suicida, "pois talvez não possa fazer show em nenhum lugar".

O compositor já lançou oito álbuns autorais e foi gravado por Daniela Mercury ("Seio da Bahia") e Chico Buarque ("Minha Música"), entre outros cantores. O amigo Chico, aliás, deu uma canja há três semanas num show em que Careqa lançou o álbum "Ladeira da Memória", do qual foi produtor e idealizador.

Careqa também já participou de filmes nacionais, incluindo "A Canção de Baal" (2009), de Helena Ignez, premiado no Festival de Gramado na categoria melhor diretor de arte.

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PARA ADULTOS OU CRIANÇAS?

"Talvez os pais gostem mais", diz Careqa. "Acho que metade vai gostar e deixar o filho escutar, e a outra metade vai proibir." Por ele, tudo bem. "Não espero unanimidade mesmo, mas acho interessante este posicionamento iconoclástico."

Sobre os temas abordados pelo Palavrão Cantado, cujo nome faz alusão à dupla de sucesso Palavra Cantada (de Paulo Tatit e Sandra Peres), o artista acha que "as crianças menores não vão entender, e as de sete anos ou mais já vão sacar um pouco".

Segundo o cantor, "as músicas são indicadas para aquela criança que existe dentro da gente, já que é ela que nos faz sorrir e acreditar em dias melhores". E diz que "música infantil para adultos" seria um bom subtítulo.

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VEJA TRECHOS DAS CANÇÕES INFANTIS:
Vídeo feito durante show no Auditório Ibirapuera, em 14/7

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