Folha de S. Paulo


Mamma Bruschetta ataca Feliciano e 'cura gay': 'veado agora é doente?'

Vira e mexe, Luís Henrique fala de si mesmo no feminino. Com 64 anos, o ator que há 12 anos dá vida a Mamma Bruschetta, uma matrona italiana que faz fofoca no programa vespertino "Mulheres", da TV Gazeta, já fundiu criador e criatura.

Anda (de ônibus) com unhas pintadas, brincos femininos nos dois furos das orelhas e cabelo com luzes, escovado como se ele tivesse dormido de bobes. "Mas não sou 'cross-dresser' que nem o Laerte, é um personagem." Questionado se é homossexual, gargalha. E nada diz.

Pois bem: paulistan@ do Brás, filh@ de uma família da região italiana de Nápoles, atuou como um dono de boteco no filme "Amarelo Manga" e um extraterrestre na já extinta série "Rá-Tim-Bum" (TV Cultura) antes de assumir o vestido para a vida.

Libertári@, diz que receberá com entusiasmo o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) em seu programa. "Vou dar uma dura nele. Reviver a Mamma má que Clodovil criou para mim há 12 anos, antes de eu virar fofa."

sãopaulo - E o projeto de "cura gay" que foi aprovado por comissão da Câmara?
Mamma Bruschetta - Acho isso aí um abscesso mental dessa pessoa [Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos]. Veado agora é doente?! Vai ter um monte de gay pedindo aposentadoria, então, já que vai passar a ser doença. Tô louca para ele vir ao programa e me contar onde aprendeu tanta bobagem.

Quanto do seu dia você é Mamma?
Umas 16, 18 horas. O Luís só dorme!

Você trabalha na av. Paulista, palco dos protestos para abaixar a tarifa.
Aqui, os ônibus são ruins, e as pessoas são mal-educadas. Se entra um idoso, fingem que estão dormindo só para não ter que ceder o lugar. Eu já fiz isso uma vez, não nego, porque estava muito cansado. Me arrependi depois, mas fiz.

Foi às manifestações?
Queria. Mas, como sou gorda, tenho dificuldade de andar, seria difícil.

Se a cidade fosse sua filha, qual seria a primeira ordem que lhe daria?
Vá tomar banho! A primeira vez que notei que São Paulo estava imunda foi na volta da Europa, há 15 anos. Saí de uma Alemanha, que não é a coisa mais fina do mundo de limpeza, mas aqui você vê lixo na rua, em profusão.

O que mais faz o coração doer?
Os prédios parecem um papel higiênico de tão feios que são. Essas paredes todas pichadas doem o coração. Grafite é menos mau. Pelo menos está engajado no hip-hop. Grafite bonito é o artístico, como o que se vê em Miami.


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