Folha de S. Paulo


Escândalo de superfaturamento na campanha de Sarkozy é destaque nos jornais

O escândalo está sendo chamado de Bygmalion, nome da empresa de comunicação que emitiu notas fiscais falsificadas para justificar despesas da campanha de Sarkozy, em 2012, que ultrapassaram o teto autorizado por lei.

A confissão da fraude, feita por um membro do partido ao canal BFM-TV, teve o efeito de uma bomba no país.

A fraude envolve 11 milhões de euros, cerca de 33 milhões de reais.

Pressionado, Copé demitiu-se do cargo ontem. O jornal "Le Parisien" conta os bastidores da reunião em que correligionários da UMP "executaram" o líder do partido.

O jornal progressista "Libération" aproveita o incidente para bater na direita francesa.

"A UMP está implodindo por conta de suas divisões internas", afirma.

"Copé não teve a menor vergonha de se apropriar de teses discriminatórias do partido de extrema-direita Frente Nacional", achando que com isso atrairia para a UMP os eleitores radicais de direita.

A estratégia deu errado, segundo o "Libération", e abriu uma fissura interna com os defensores de uma direita moderada.

O "Libération" estima que chegou a hora de a UMP redefinir sua linha política, encontrar as pessoas certas para encarná-la e esclarecer seu posicionamento em relação à extrema-direita.

O editorial do diário conservador "Le Figaro" vai na mesma linha do "Libération". Prega a "reconstrução" da UMP, insistindo que enquanto partido de oposição, a legenda deve "inspirar o país e gerar confiança nos eleitores".

Na contramão do "Libération", "Le Figaro" não vê nenhum problema em buscar os eleitores da Frente Nacional.

Pelo contrário, o diário defende uma mensagem clara da UMP, calcada nos valores da direita, sobre temas delicados como imigração e criminalidade, "sem medo do terrorismo intelectual da esquerda". 


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