Folha de S. Paulo


Dividida, ala jovem tenta oxigenar o PSDB

Jorge Araújo/Folhapress
SAO PAULO SP Brasil 23 08-2017. ESPECIAL -Bruno Covas,Vice prefeito de São Paulo durante entrevista a Folha fala do regime e do futuro politico no seu gabinete na prefeitura de São Paulo BRASIL COTIDIANO Jorge Araujo Folhapress 703 ORG XMIT: XX
O vice-prefeito de São Paulo Bruno Covas, que foi da Juventude tucana

A ala jovem é uma aposta dos tucanos para oxigenar o partido, mas, a exemplo da direção nacional, não está livre de divisões.

O vice-prefeito de São Paulo, Bruno Covas, o prefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias, os deputados estaduais Cauê Macris, presidente da Assembleia, e Marco Vinholi são alguns dos nomes que passaram pela formação.

Covas, que esteve no grupo de 1999 a meados de 2011, diz que a Juventude foi fundamental na sua formação. "A militância me permitiu ter mais familiaridade com o partido e noções de articulações", diz.

Muito ativos nas redes sociais, seus membros são 27 mil no Estado, dos quais 600 são eleitos. A maioria é composta por homens de 23 a 30 anos, formados ou próximos de receber o canudo. Cursam sobretudo direito, relações internacionais, economia, administração e sociologia. Nos currículos, instituições como Faap, PUC, Mackenzie, FMU e USP.

Há um trabalho para reverter a imagem de que o partido é "coxinha". Embora muitos sejam das classes média e alta, há também moradores das periferias, garantem.

Atualmente, não há um curso padrão de formação política, nem para a Juventude, nem para os novos filiados.

O planejamento é autônomo –cada lugar realiza do seu jeito– e esporadicamente há algumas atividades realizadas em parceria com o Instituto Teotônio Vilela.

Automaticamente, quem ingressa no partido tendo de 16 a 29 anos já pertence à Juventude tucana. Assim como nos diretórios, há eleições internas a cada dois anos.

O grupo se divide em dois: a Ação Popular, mais "à esquerda", próxima do governador Geraldo Alckmin e hoje dominante na Juventude, e o Conexão 45, que tem apoio do prefeito João Doria e simpatiza com o MBL.

Donizete Beck, 24, do Ação Popular, diz que os rivais internos não têm força. "É um grupo muito pequeno, de poucas dezenas de pessoas. Enquanto a Ação Popular tem centenas de pessoas no Estado, o Conexão não tem representatividade", diz.

Caio Aloe, 24, rebate dizendo que a escolha dos representantes na Juventude não foi adequada. "Realizaram um processo completamente viciado. Um 'jovem' de 43 anos participou da comissão eleitoral", diz. "Eles ofenderam o prefeito João Doria nas prévias. Não compactuamos com tais atitudes."


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