Folha de S. Paulo


Bolsonaro é recepcionado em Manaus por boneco de 12 metros

Em visita marcada pela estreia de um boneco de 12 metros, o presidenciável Jair Bolsonaro prometeu dar "carta branca" para a PM matar, em discurso diante de uma pequena, mas fanática multidão no aeroporto de Manaus, nesta quinta-feira (14).

"Se alguns dizem que quero carta branca pra Polícia Militar matar, eu respondo: 'Quero, sim'", disse, no alto de um carro de som, arrancando aplausos e gritos de "mito, mito".

"Policial que não atira em quem atira nele não é policial. Temos obrigação de dar uma retaguarda jurídica a esses bravos homens", completou Bolsonaro, repetindo uma de suas principais promessas de campanha.

Sobre a Amazônia, o presidenciável prometeu mudar a política ambiental e explorar tanto o subsolo quanto o turismo na região."É área mais rica do mundo, cobiçada por muitos países", afirmou.

A saída da porta de desembarque foi marcada por um grande empurra-empurra entre algumas centenas de simpatizantes –o chão terminou repleto de sapatos perdidos, principalmente chinelos.

Enquanto esperavam Bolsonaro, os simpatizantes deram gritos de ordem contra a Rede Globo e hostilizaram o deputado estadual Platiny Soares (DEM).

Além do deputado vaiado, o outro político era o vereador de Manaus humorista Carlos Portta (PSB). Ele tentou colocar uma faixa presidencial em Bolsonaro, mas não foi autorizado a subir no carro de som.

O BONECO

A principal atração foi um boneco inflável do presidenciável instalado no estacionamento do aeroporto. Com dupla face, ele aparece sorridente e vestido com um terno preto.

É a primeira fez que o boneco foi usado. Depois de Manaus, ele começará a circular pelo Brasil, explicou um dos responsáveis pelo boneco, o vice-presidente do Movimento Direita Manaus, Gill Mota, 29.

O administrador de empresas disse que o custo do boneco, de R$ 15 mil, foi rateado por organizações independentes de sete Estados diferentes, que se revezarão no uso

No Facebook, o movimento pró-Bolsonaro tem 22,6 mil seguidores. Mota citou militares da reserva e "pais de família" entre os principais integrantes.

O presidenciável ficará por dois dias no Amazonas. A agenda inclui a participação como convidado de honra da cerimônia de formatura da escola militar de ensino médio Colégio Waldocke Fricke de Lyra, administrada pela PM.


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