Folha de S. Paulo


Arthur Virgílio desafia Alckmin, diz querer prévias no PSDB e ironiza vaias

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 09-12-2017, 12h00: Convenção Nacional do PSDB elege o governador de SP Geraldo Alckmin para presidente do partido. Com a presença dos principais caciques tucanos, o atual presidente interino Alberto Goldman, o ex presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de GO Marconi Perillo, o prefeito de SP João Dória, o prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (foto), o senador Tasso Jereissati, dentre outros. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O prefeito de Manaus, Arthur Virgilio (PSDB) durante convenção nacional do partido, em Brasília

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, desafiou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a disputar com ele prévias para decidir quem será o candidato do PSDB à Presidência da República.

"Terei a honra para enfrentar e derrotar Geraldo Alckmin na disputa pela Presidência da República", disse Virgílio na convenção nacional do partido, neste sábado (9).

Durante o evento, o paulista foi eleito o novo presidente da sigla.

Ao discursar após sua eleição para a direção da legenda, Alckmin falou ver "legitimidade" na decisão de Virgílio.

Quando o prefeito de Manaus revelou sua intenção, a militância do partido começou a vaiá-lo. Ele reagiu com ironia, citando o pré-candidato de direita à Presidência, Jair Bolsonaro, a quem se referiu como "fascista é homofóbico".

"Muito bem. Vaiem à vontade. Mas acho de mau gosto vaiar a mim. Vaiem o Bolsonaro. E me aplaudam se eu derrotar o Geraldo Alckmin na convenção do partido."

Arthur Virgílio disse também ter levado sua claque ao evento e defendeu "prévia geral, ampla, irrestrita e dura".

O prefeito de Manaus defendeu fechamento de questão em relação à reforma da Previdência e fez críticas ao PT. Disse que o ex-presidente Lula "organizou a corrupção" e "quase fundou o sindicato dos corruptos".

"Não vejo que essa mediocridade binária entre Lula e Bolsonaro vá dar certo", afirmou.

O prefeito também criticou o próprio partido ao dizer que "o PSDB é um partido mais desacreditado que os outros".

Sobre as eleições do ano que vem, rejeitou aliança com o partido do presidente Michel Temer e com ao menos uma legenda da base aliada. "Não aceito o apoio do PMDB e do PP", afirmou.

Um tucano que estava próximo à reportagem no momento do discurso comentou que, com essa fala, o pré-candidato já criava problema com ao menos um Estado, o Rio Grande do Sul, onde os partidos são aliados.


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