Folha de S. Paulo


Temer e Alckmin discutirão saída do PSDB do governo no sábado

Nacho Doce/Reuters
Brazil's President Michel Temer (L) and Sao Paulo Governor Geraldo Alckmin are pictured during the Brazil-Sweden Business Council at Bandeirantes Palace in Sao Paulo, Brazil, April 3, 2017. REUTERS/Nacho Doce ORG XMIT: NAC11
Temer e Alckmin durante encontro em abril passado

O presidente Michel Temer deve se reunir no final de semana com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para discutir a melhor maneira de ocorrer o desembarque do PSDB da Esplanada dos Ministérios.

Nesta terça-feira (28), tanto o governador tucano, que deve assumir o posto de presidente nacional do PSDB, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disseram publicamente que o partido deve deixar o governo federal.

"O momento do PSDB deixar o governo federal chegou, mas sai pela porta da frente, de cabeça erguida", disse o senador tucano.

Em conversas reservadas, o presidente tem afirmado que, caso a sigla decida sair, o desembarque será feito de maneira combinada e respeitosa.

O encontro deve ocorrer no sábado (2) em São Paulo, para onde o peemedebista viajará para entregar moradias do programa "Minha Casa, Minha Vida" em Limeira e Americana.

O presidente quer evitar que o episódio crie fissuras na relação entre o partido e o governo, que espera o apoio dos parlamentares tucanos na votação da reforma previdenciária.

A expectativa é de que o PSDB deixe os cargos na Esplanada dos Ministérios na semana que vem, antes da convenção nacional do partido, marcada para o próximo dia 9.

A única indefinição é a saída do ministro Aloysio Nunes Ferreira, que pode ser mantido à frente das Relações Exteriores como nome da cota pessoal do presidente.

A pedido de Temer, Aécio Neves defendeu nesta terça-feira (28) que o partido feche questão a favor da reforma.

O Palácio do Planalto calcula contar hoje com cerca de 250 votos favoráveis à reforma, número aquém dos 308 necessários para aprová-la.

Em encontro com governadores, na semana passada, Temer afirmou que só pretende colocá-la em votação quando tiver uma margem segura de apoio.

A ideia do presidente era votá-la em primeiro turno na Câmara em dezembro, mas até mesmo líderes da base aliada consideram difícil que isso ocorra neste ano.

Na semana passada, após apresentar o novo texto, o relator Arthur Maia (PPS-BA) disse acreditar que, caso a proposta fique para 2018, ela dificilmente será aprovada.


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