Folha de S. Paulo


Após uma semana foragido, presidente do PR entrega-se à Polícia

Sérgio Lima- 5.jan.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 05-01-2015: Cerimonia de transmissão de cargo no ministério dos Transportes, sai Sérgio Passos (D) entra o ministro Antônio Carlos Rodrigues (PR/SP) (Foto: Sergio Lima Folhapress - PODER)
O presidente do PR (Partido da República), Antônio Carlos Rodrigues, em cerimônia em Brasília

O presidente nacional do PR e ex-ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (SP), foi detido nesta terça-feira (28) ao se entregar à Polícia Federal, em Brasília. Ele estava foragido há uma semana, com mandado de prisão em aberto expedido pela Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro.

O político recebeu voz de prisão logo após chegar à superintendência da PF, de acordo com a defesa.

Rodrigues é investigado no âmbito da Operação Caixa D'Água, a mesma que prendeu os ex-governadores do Rio Anthony e Rosinha Garotinho, também do PR.

Segundo a denúncia, o presidente da legenda participou de um esquema de propina de R$ 3 milhões da JBS para a campanha eleitoral de Garotinho ao governo do Estado do Rio, em 2014.

A defesa do político ainda tenta um habeas corpus no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para derrubar a ordem de prisão, decretada na última quarta-feira (22). Em caso de decisão favorável, o alvará de soltura poderá cumprido ainda nesta terça.

O Ministério Público do Estado do RJ aponta que Garotinho e Rosinha teriam liderado uma organização criminosa, envolvendo empresários, políticos e secretários no período de 2009 a 2016, "cuja finalidade essencial era obter recursos financeiros para o financiamento das campanhas políticas do casal e do grupo a que pertenciam no Estado".

A acusação contra Rodrigues é montada com base na delação premiada do executivo Ricardo Saud, do Grupo J&F, controlador da JBS.

O colaborador também revelou à PF e ao MPF (Ministério Público Federal) que teria sido ajustado com o PT e com o PMDB uma doação de R$ 20 milhões ao PR para a campanha de 2014, que visava reeleger Dilma Rousseff.

Ao UOL, o advogado Daniel Bialski afirmou que seu cliente decidiu se entregar "espontaneamente, pois havia uma especulação de que ele estaria tentando afrontar a boa instrução do processo".

O defensor também disse estar confiante na possibilidade de que um habeas corpus seja deferido pelos tribunais eleitorais. Além do recurso protocolado no TSE, a medida cautelar negada em caráter liminar pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do RJ) ainda será analisada pelo colegiado.

"A gente tem recursos que aguardam julgamento. Estamos com ainda mais força e razão. Vamos insistir perante tribunais para que essa seja situação seja corretamente analisada."


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