Folha de S. Paulo


Após desistir de disputa por comando tucano, Tasso diz que cumpriu dever

Mateus Bonomi - 24.out.2017/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 24-10-2017, 17h: Aécio Neves (PSDB-MG) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) durente sessão no plenário do Senado nesta terça-feira. (Foto: Mateus Bonomi/Folhapress, PODER)
Os senadores Tasso Jereissati (frente) e Aécio Neves no plenário

Depois de desistir de disputar a presidência do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) disse nesta terça-feira (28) que se sente "aliviado".

Em conversa realizada na noite de segunda (27) em São Paulo, tucanos concordaram em lançar o governador paulista Geraldo Alckmin à presidência do partido em dezembro.

Participaram do encontro Tasso, Alckmin, o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O encontro pôs fim a uma polarização entre o senador cearense e o goiano na disputa pelo comando partidário do PSDB. Enquanto Tasso vinha adotando um discurso mais crítico sobre o apoio da legenda ao governo Michel Temer, Perillo contava com apoio do senador Aécio Neves (MG), em discurso de ruptura mais branda.

Questionado sobre se valeu a pena ter entrado na disputa, Tasso disse que sim. "Tenho a sensação de alívio e de dever cumprido. Demos a chacoalhada que o partido precisa. Mostramos que tem gente diferente, não somos como o PSDB que ultimamente estava aparecendo na mídia. Existe ainda indignação com atitudes que não condizem com nossa história o nosso princípio. Deu uma chacoalhada principalmente nos mais jovens", declarou.

A fala é uma crítica indireta aos escândalos de corrupção nos quais quadros do partido estão envolvidos. O principal implicado atualmente é o senador Aécio Neves (MG), denunciado por corrupção passiva e obstrução da Justiça com base na delação do grupo JBS.

Questionado sobre se conversou com Aécio –que é presidente licenciado do PSDB– sobre a desistência da candidatura, Tasso disse não e indicou que não entraria em contato com o mineiro.

Ele defendeu ainda que a executiva do PSDB, que será definida em convenção em 9 de dezembro, tenha apenas pessoas "de cara limpa". Indagado sobre a que se referia com essa expressão, Tasso evitou citar nomes.

A escolha de Alckmin para comandar o PSDB foi elogiada pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). "Foi um movimento correto do PSDB. Acho que o PSDB para aspirar qualquer questão nacional tem que resolver questão interna", declarou.


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