Folha de S. Paulo


Deputado definido por Temer para comandar articulação foi fiel a Cunha

Pedro Ladeira - 11.abr.2017/Folhapress
Carlos Marun (PMDB-MS)durante entrevista no Palácio do Planalto, em Brasília
Carlos Marun (PMDB-MS) durante entrevista no Palácio do Planalto, em Brasília

Em seu primeiro mandato como deputado federal, Carlos Marun (PMDB-MS) ganhou notoriedade por fazer declarações polêmicas e pela fidelidade absoluta a Eduardo Cunha, preso desde o ano passado pela Lava Jato.

Ele foi um dos articuladores da eleição do peemedebista à presidência da Câmara, o que lhe rendeu papel de destaque durante todo seu mandato.

Na "tropa de choque" de Cunha, cabia a Marun atuar como mensageiro do peemedebista e a defendê-lo publicamente, função que exerceu até a sua cassação, em setembro de 2016.

Na sessão que selou o destino de Cunha, Marun foi o único a sair em defesa do aliado, o que lhe rendeu o apelido de "companheiro solitário". "Nós estamos cassando o mandato de um deputado pelas notícias. E o noticiário foi extremamente desequilibrado", disse.

Com a prisão de Cunha, Marun se aproximou e se tornou aliado de primeira hora de Michel Temer.

O presidente decidiu adiar a troca do articulador político de seu governo depois do vazamento da informação de que ele havia escolhido Marun para o posto.

Após se aproximar de Temer, o deputado assumiu a presidência da CPI da JBS e presidiu Comissão da Reforma da Previdência.

Barrada a segunda denúncia contra o presidente, pela acusação de organização criminosa e obstrução judicial, Marun demonstrou publicamente sua lealdade ao presidente. Dançou e cantou no plenário, o que foi chamado pelos partidos de oposição de "baile da impunidade".

Marun dança


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