Ex-assessor do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Job Brandão indicou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que tem a intenção de negociar um acordo de delação premiada.
Job foi um dos alvos da Polícia Federal em outubro, quando trabalhava como assessor de Lúcio.
A suspeita da PF é de que ele atue como "laranja" do deputado federal. A PF identificou fragmentos de digitais de Job no "bunker" em que foram encontrados R$ 51 milhões. Ele já trabalhou também para Geddel.
Nesta sexta-feira (17), a defesa de Job enviou ao ministro Edson Fachin um pedido para revogar sua prisão domiciliar e para retirar a tornozeleira eletrônica. Na petição, manifestou que o ex-assessor tem o "desejo de colaborar com as investigações".
"A partir do depoimento de Job Ribeiro Brandão, prestado no dia 14/11/2017, na sede da Polícia Federal em Salvador, verifica-se com clareza solar que o requerente não pretende se furtar à aplicação da lei penal, ao contrário, manifestou, espontaneamente, o desejo de colaborar com as investigações", escreveram os advogados.
"Destaca-se, ainda, que o requerente efetuou o depósito da fiança no prazo determinado por Vossa Excelência e compareceu regularmente nas ocasiões em que foi intimado a prestar depoimento", afirmaram.
Segundo a revista "Época", Job disse no depoimento de terça-feira à PF que, a mando de Geddel, ajudou a picotar e jogar papéis em um vaso sanitário, além de colocar outros documentos em sacos de lixo. Com isso, pretendiam evitar a produção de novas provas em caso de uma operação policial.
A fortuna dos R$ 51 milhões é atribuída a Geddel. Ele esteve à frente da Secretaria de Governo entre maio e novembro de 2016, na gestão de Michel Temer, comandou o Ministério da Integração Nacional de 2007 a 2010 durante o governo do ex-presidente Lula, e foi vice-presidente na Caixa Econômica de 2011 a 2013, na gestão Dilma Rousseff.