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'Não precisa ser famoso para ser candidato a governador', diz Pesaro

Bruno Poletti - 6.abr.2017/Folhapress
O secretário estadual Floriano Pesaro, que é pré-candidato a governador de São Paulo pelo PSDB
O secretário estadual Floriano Pesaro, que é pré-candidato a governador de São Paulo pelo PSDB

Ao defender sua campanha a governador de SP pelo PSDB, com a possibilidade de o senador José Serra ou o prefeito João Doria se lançarem, o secretário estadual Floriano Pesaro (Desenvolvimento Social) argumenta que "não precisa ser famoso" para disputar.

O tucano, entretanto, admite que, se o governador Geraldo Alckmin apoiar outro nome, abrirá mão do pleito para ajudar no projeto presidencial do chefe. Pesaro falou à Folha na terça-feira (8) em um café em São Paulo.



Folha - Qual será a principal bandeira de sua campanha?
A minha principal bandeira é a continuidade do que o PSDB faz em SP, que é gestão pública, e acho que eu daria prioridade para a área social e educação. Governar é cuidar de gente.

Quais sinais Alckmin tem dado sobre sua candidatura?
Sinais muito positivos. Temos uma série de inaugurações, andamos pelo Estado. Tem uma relação parceira.

Com as eventuais candidaturas de Serra ou Doria, como o senhor vai se colocar?
Já estou colocado. Geraldo será candidato a presidente e vai precisar de um nome competitivo em SP, que não precisa ser famoso. Nesse campo, me encaixo muito bem. Por ser uma pessoa de passado limpo, servidor público há 21 anos e tucano há 28, ter absoluto conhecimento do Estado. Alguém jovem e experiente.

Enfrentaria Doria ou Serra e dividiria a base de Alckmin?
Acho que a ideia é disputar, sou pré-candidato. Se o governador, ele é o grande maestro desse processo, reconhecer que é melhor o Doria, vamos todos com o Doria. Se esse reconhecimento for para o Serra, vamos com o Serra.

Alguns tucanos dizem que sua candidatura serve para dar visibilidade. É isso mesmo?
Posso até acreditar que alguns acharam que não era para valer. Se não levasse a sério, não faria esse esforço especialmente interno.

No aspecto da novidade, o pré-candidato Luiz Felipe d'Avila se enquadra melhor?
Acho que não. Falta preparo especialmente administrativo, profundo desconhecimento da máquina pública e soa algo artificial, uma criação de fora para dentro.

Critica 'outsiders' na política?
Acho temerário. Especialmente do ponto de vista da gestão pública.

O mesmo vale para Luciano Huck, por exemplo?
Temerário, não tenha dúvida. Quem vem de fora e não tem conhecimento de política pública erra muito.

Doria ajudou Alckmin com suas movimentações para ser presidenciável?
Não, acho que atrapalha. Mas, de alguma forma, acelerou tanto que acaba derrapando. Tem de retomar a concentração na prefeitura. Disputar é uma possibilidade posta.

Como é fazer campanha com o PSDB em momento difícil?
O PSDB tem um candidato a com chances imensas de vitória, que é o Alckmin. Um partido que se consolidou em São Paulo, um Estado tucano.

Isso é bom? Tem mais de 20 anos que o PSDB governa SP.
Acho ótimo. É um Estado exuberante, mostra os melhores resultados na educação, na saúde, na segurança. [A alternância de poder é salutar] quando o governo é ruim, sim. [Em SP], é um reconhecimento, fomos eleitos e reeleitos.

Como defender a candidatura de Alckmin com o discurso do novo e citações na Lava Jato?
Ele não responde a nenhum inquérito. O novo é representado na figura dele como uma pessoa que tem ideias novas, que vai enfrentar corporações, garantir um Estado voltado àqueles que mais precisam.

O que o senhor definiria como ideia nova dele?
A probidade, a honestidade. Ele vai enfrentar as corporações, é necessário que a gente acabe com os privilégios. Uma nova postura. Temos que esquecer o presidente macunaíma que tivemos, o Lula, por um homem de vida modesta. Um dia ele falou para mim, se quiser ir longe na política, tenha vida modesta.

E o senhor está seguindo?
Procuro seguir. Tenho uma vida de classe média, moro num apartamento de 130 metros na Vila Mariana, tenho um carro, que é da minha mulher, sem nenhum luxo.

Parte da comunidade judaica o critica por ter deixado a Câmara dos Deputados.
É verdade. Tenho justificado de forma transparente e correta. Um chamado do governador, que é o maior líder do Estado, do meu partido, não podia ser recusado, especialmente para uma área tão cara a nós, judeus, que é a do desenvolvimento social. Não foi pelo cargo.


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