Folha de S. Paulo


Após placar do PSDB em votação na Câmara, ala anti-Temer comemora

Mal terminou a votação na Câmara que barrou a denúncia contra o presidente Michel Temer e a ala que defende o desembarque do governo começou a comemorar o resultado.

A bancada tucana se mostrou majoritariamente favorável ao prosseguimento da denúncia. Um total de 23 deputados concordaram que Temer seja transformado em réu. Já outros 20 foram contrários e três faltaram à votação.

Tucanos esperavam uma margem um pouco mais apertada, de 22 a 21 votos, mas não tinham clareza sobre qual das alas seria majoritária.

Embora ainda seja um resultado apertado, a margem de três votos de vantagem para a ala que defende o desembarque da base de Temer comemora. Esse segmento do partido é comandado pelo presidente interino, senador Tasso Jereissati (CE).

O senador cearense disparou ligações a aliados logo após a conclusão da votação dizendo que a ala governista do partido não tem motivo para dizer que é majoritária.

Pedro Ladeira - 30.mai.17/Folhapress
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), presidente interino do PSDB, é contra apoio do partido a Temer
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), presidente interino do PSDB, é contra apoio do partido a Temer

O placar se dá no mesmo dia em que Tasso conversou com o presidente afastado do PSDB, senador Aécio Neves (MG) sobre o comando da sigla.

Após uma queda de braço entre ambos, que defendem opiniões divergentes sobre o apoio a Temer, ficou decidido que Aécio não renunciará à presidência do PSDB, como defendia Tasso.

Eles decidiram esperar dezembro, para quando está prevista a escolha de uma nova executiva nacional.

Na semana passada, Tasso defendeu publicamente a renúncia de Aécio ao dizer que ele "não tinha condições" de presidir o partido.

O episódio irritou Aécio, já fragilizado politicamente diante das acusações de corrupção passiva e obstrução da Justiça. Ele é alvo de denúncia após ter sido gravado pelo empresário e delator Joesley Batista, da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões. O tucano nega as acusações.

O senador mineiro ficou 21 dias afastado do mandato por determinação da Justiça, mas voltou ao Congresso na semana passada após o plenário do Senado reverter as cautelares impostas a ele.


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