Folha de S. Paulo


Na maioria dos homens, condição de Temer é causada por crescimento da próstata

A obstrução urinária, problema de saúde que o presidente Michel Temer apresentou nesta quarta-feira (25), geralmente decorre por um crescimento da próstata, segundo especialistas em urologia consultados pela reportagem.

A incidência da hiperplasia prostática benigna, o crescimento da próstata, é de 50% para homens com mais de 50 anos e chega a 90% aos 80 anos –Temer tem 77. É menos comum que esse crescimento seja devido a um câncer.

A próstata em um tamanho maior comprime a uretra, canal peniano, e pode levar o paciente a não conseguir urinar.

Segundo o Planalto, o presidente passou por uma "sondagem vesical de alívio por vídeo". Ou seja, foi inserida uma sonda na uretra dele para que a bexiga fosse esvaziada.

"Depois disso, pode-se fazer os exames, ver o tamanho da próstata e planejar o tipo de tratamento que será feito", afirma Flavio Trigo, presidente da SBU-SP (Sociedade Brasileira de Urologia em São Paulo).

Se o problema for mesmo benigno, pode ocorrer uma raspagem da próstata, tratamento que pode ser feito inclusive por laser. Há ainda outro tratamento, chamado embolização, que interrompe a alimentação sanguínea e murcha a próstata. No caso de um tumor maligno, é necessário retirar a glândula e tratar a doença.

Em nota, o Planalto disse que o presidente "teve um desconforto no fim da manhã e foi consultado no próprio departamento médico do Palácio".

"O médico de plantão constatou uma obstrução urológica e recomendou que fosse avaliado no Hospital do Exército", diz o comunicado.

Este mês, Temer, que é o presidente mais velho da história do país, descobriu também uma obstrução parcial de uma artéria coronária. No entanto, ele não precisou ser submetido a um cateterismo para sua desobstrução.

Em 2012, ele passou por uma cirurgia para retirada da vesícula.

Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress
Prostata temer

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