Folha de S. Paulo


Presidente do Conselho de Ética arquiva pedido contra Aécio

O presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), arquivou nesta terça-feira (24) uma representação contra Aécio Neves (PSDB-MG) que poderia resultar na cassação do tucano.

A decisão tem como base um parecer encaminhado ao Conselho pela advocacia-geral do Senado. No documento, a área técnica recomendava o arquivamento, alegando que trata-se de um pedido repetido.

Pelo regimento interno do Senado, um senador não pode ser representado mais de uma vez pelo mesmo motivo na mesma legislatura.

O Conselho de Ética já havia arquivado outro requerimento que pedia a cassação de Aécio, em junho deste ano, logo após vir à tona a delação de executivos da JBS.

De acordo com a assessoria de imprensa de João Alberto, cabe um recurso contra a decisão do presidente se houver ao menos cinco integrantes do Conselho.

Aécio é acusado de corrupção passiva e obstrução da Justiça. Ele foi gravado pelo empresário e delator Joesley Batista, da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões.

O novo pedido contra o tucano chegou ao colegiado no início deste mês e é de autoria do PT.

O partido representou contra o tucano após ele ter sido afastado do mandato de senador pela segunda vez, no fim de setembro, e impedido de deixar sua residência à noite, por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).

Aécio voltou ao Congresso na semana passada, após 21 dias de afastamento. As medidas cautelares impostas a ele pela Justiça foram derrubadas por decisão do plenário do Senado.

Por meio de nota, a defesa do senador afirmou que "reitera a absoluta correção de sua conduta".

Ao negar as acusações, a nota diz ainda que "as investigações demonstrarão que os recursos citados referem-se a um empréstimo entre privados que não envolveu dinheiro público ou qualquer contrapartida. Portanto, não houve crime ou quebra de decoro", diz o texto.


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