Folha de S. Paulo


Fachin manda aliado de Geddel para prisão domiciliar

O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nova prisão ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que já está preso na Papuda, no Distrito Federal.

Fachin também converteu de preventiva para domiciliar a prisão de Gustavo Ferraz, aliado de Geddel, e autorizou a prisão de Job Ribeiro Brandão, assessor de Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel e que já trabalhou para o ex-ministro.

Geddel e Ferraz foram alvos em 8 de setembro da operação Tesouro Perdido, que descobriu um "bunker" de R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador (BA).

A fortuna é atribuída a Geddel. Ele esteve à frente da Secretaria de Governo entre maio e novembro de 2016, na gestão de Michel Temer, comandou o Ministério da Integração Nacional de 2007 a 2010 durante o governo do ex-presidente Lula, e foi vice-presidente na Caixa Econômica de 2011 a 2013, na gestão Dilma Rousseff.

Gustavo Ferraz e Job Ribeiro também vão ter que usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de manter contato com outros investigados.

BUNKER

Fragmentos de digitais do peemedebista e de Ferraz foram identificados nas malas e caixas com o donheiro, o que resultou no pedido de prisão. A prisão na Operação Tesouro Perdido tinha sido autorizada pelo juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Agora, porém, Geddel está também preso por decisão do STF.

O aliado admitiu à PF ter ido buscar um dinheiro a pedido de Geddel e disse que estava disposto a colaborar com as investigações.

Na última segunda, a Polícia Federal cumpriu buscas e apreensões em endereços ligados a Lúcio Vieira Lima e na casa de Job Ribeiro, que agora terá de cumprir prisão domiciliar.

APARTAMENTO

Geddel deixou o governo Temer, de quem é amigo de longa data, sob acusação de pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero para viabilizar um empreendimento na Bahia.

Os apartamentos no prédio, pivô da queda do baiano, são avaliados em R$ 2,6 milhões e têm vista para a Baía de Todos-os-Santos, em Salvador.

Se a suspeita da PF se confirmar de que o dinheiro todo encontrado no "bunker" é de Geddel, pode-se concluir que ele poderia comprar quase 20 imóveis iguais a esse que determinou sua saída do governo.


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