O deputado oposicionista Julio Delgado (MG) conseguiu assinaturas suficientes para destituir do comando do PSB a deputada Tereza Cristina (MS) e assumiu a liderança da bancada do partido na Câmara.
A primeira medida de Delgado será tirar os deputados governistas Danilo Forte (CE) e Fabio Garcia (MT) da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que analisa a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
No lugar deles, serão indicados os deputados Danilo Cabral (PE) e Hugo Leal (RJ), que votaram contra Temer na primeira denúncia.
Com isso, o Planalto perde dois votos que eram certos na comissão.
CRÍTICAS
A líder destituída considerou "lastimável" a decisão do PSB e fez críticas ao presidente da legenda, Carlos Siqueira.
"Ele [Julio] conseguiu 19 assinaturas e me destituiu. Do partido, é um a postura lastimável. Do Julio, prefiro me omitir. Carlos Siqueira, desde que assumi a liderança, vem com atitudes muito constrangedoras comigo, que duvido [que aconteceriam] se fosse um líder homem. Fiz meu papel. Agora, bola pra frente", disse Tereza Cristina à Folha.
Em resposta à Tereza Cristina, Siqueira disse que ela é uma "senhora de direita" que "apenas escolheu o partido errado".
"Nunca tive problema com esta senhora", disse o presidente do PSB. "Os problemas que aconteceram foram criados por ela. Desde que assumiu a liderança, jamais encaminhou posições unânimes ou majoritárias do partido", afirmou à Folha o presidente da legenda.
Segundo Siqueira já há processo de expulsão aberto contra quatro dos 12 que querem deixar o partido. Eles devem ser expulsos no próximo dia 27, quando a cúpula da legenda volta a se reunir.
O Palácio do Planalto atuou para tentar evitar a destituição de Tereza Cristina.
O presidente Michel Temer chegou a exonerar o ministro Fernando Bezerra Coelho Filho (Minas e Energia) para que reassumisse seu mandato e tentar evitar que Delgado chegasse às 19 assinaturas para destituir a líder.