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Reforma política deve inibir candidaturas majoritárias

Pedro Ladeira/Folhapress
Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, durante votação de proposta de reforma política, nesta quarta
Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, durante votação de proposta de reforma política, nesta quarta

As indefinições sobre a reforma política, discutida por meses no Congresso, atrasaram as discussões sobre as estratégias para 2018.

Um dos fatores de influência foi a aprovação da cláusula de barreira, que impõe um mínimo de 1,5% dos votos na eleição à Câmara para que uma legenda tenha acesso a fundo eleitoral e tempo de propaganda de rádio e TV.

Veja as candidaturas a governador discutidas para as eleições de 2018

Essa medida, segundo dirigentes partidários, deve inibir o lançamento de candidaturas majoritárias (ao governo e ao Senado) nas legendas de pequeno e médio porte.

Roberto Freire, presidente do PPS, diz que a prioridade será aproveitar os bons nomes do partido para disputar vagas na Câmara, "até que se consiga superar a cláusula de barreira e preparar o partido para futuras eleições".
"Com uma bancada forte de parlamentares, você tem condição de melhor desempenho em eleições por conta do tempo de TV", afirma.

A decisão do Congresso de manter o sistema proporcional nas eleições para deputado e adiar para 2020 a proibição das coligações também terá efeito sobre o planejamento dessas legendas.

Se o sistema fosse alterado para o distritão, o PRB cogitava lançar o deputado Celso Russomanno (SP) ao Senado. O modelo mantido pelos parlamentares, no entanto, é mais favorável a uma candidatura à Câmara, uma vez que Russomanno poderá desempenhar mais uma vez o papel de "puxador de votos".

PROCESSOS

O impacto de processos judiciais sobre a classe política representa outro fator de incerteza, a exemplo do impasse que ameaça o PT e a candidatura do ex-presidente Lula à Presidência.

Ao menos nove governadores em exercício são réus em ações penais no STJ (Superior Tribunal de Justiça) -o número pode ser maior, pois há processos em sigilo.

Uma eventual condenação no tribunal, em decisão colegiada, poderia torná-los inelegíveis pela Lei da Ficha Limpa, caso a sentença saia antes do registro de suas candidaturas na Justiça Eleitoral.


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