O Brasil receberá, pela primeira vez, uma missão de observação da OEA (Organização dos Estados Americanos) em suas eleições de 2018. O pedido foi feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro e entregue no último dia 19 à organização com sede em Washington.
Segundo o diretor do Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral da OEA, Gerard de Icaza, o convite feito à organização é um "sinal de abertura" do Brasil, que fazia parte de um grupo de sete países da região que nunca tinham recebido uma missão de observação eleitoral -junto com Argentina, Chile, Uruguai, Canadá, Barbados e Trinidad e Tobago.
Icaza nega que esse tipo de missão seja uma "ferramenta só para democracias com problemas".
"Em outros continentes, as eleições da Alemanha vão ser observadas, da França, da Espanha. Aqui, na região, nós observamos as eleições dos EUA, na Costa Rica, que são democracias muito consolidadas no continente", disse o diretor à Folha.
Segundo ele, as missões têm o mesmo objetivo em todos os países: observar "boas práticas nacionais" para sugerir ao outros governos e identificar áreas de melhora e dar recomendações.
"O Brasil claramente é uma democracia consolidada, mas nossas missões servem muito para identificar temas que podem melhorar em uma democracia", disse.
O convite foi feito meses depois de o TSE absolver a ex-presidente Dilma Rousseff e o presidente Michel Temer no processo de cassação da chapa formada por eles nas eleições de 2014, sob acusação de abuso de poder político e econômico.
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse, em nota, que o pedido brasileiro é também o "reconhecimento da qualidade técnica-profissional de missões de observação" do organismo.
"É um grande passo que o maior país da Sul-América conte conosco em um evento tão significativo como são as próximas eleições gerais", disse.