Folha de S. Paulo


Temer estuda fazer pronunciamento para rebater Janot

Apu Gomes/AFP
Brazil's President Michel Temer delivers a speech during the opening ceremony of the Paulo Niemeyer Brain's Institute (Centro de Radiocirurgia do Instituto Estadual do Cerebro Paulo Niemeyer), in Rio de Janeiro, Brazil, on September 15, 2017. Brazil's chief prosecutor on Thursday charged President Michel Temer with obstruction of justice and leading a criminal group in the biggest climax yet to the country's ever-growing corruption scandal. / AFP PHOTO / Apu Gomes
Presidente Michel Temer em pronunciamento

O presidente Michel Temer estuda fazer neste sábado (16) um pronunciamento no Palácio do Planalto para rebater a segunda denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Segundo a Folha apurou com um auxiliar de Temer, a ideia veio depois de o presidente conversar com seu advogado, Antonio Cláudio Mariz, e com seu marqueteiro, Elsinho Mouco, na tarde desta sexta-feira (15), em São Paulo.

A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto disse não saber de qualquer pronunciamento.

Um assessor de Temer, no entanto, confirmou a intenção de o presidente fazer a fala para rebater a denúncia de organização criminosa e obstrução de Justiça, apresentada na quinta-feira (14).

Caso faça de fato a manifestação neste sábado, Temer deve partir para o enfrentamento com Janot, que deixa o cargo no domingo (17).

Logo após a apresentação da denúncia, o Palácio do Planalto rebateu a acusação em nota, segundo a qual a peça da Procuradoria-Geral da República está "recheada de absurdos" e Janot "continua sua marcha irresponsável".

O pronunciamento seguiria a mesma linha.

O entorno do presidente tem qualificado a nova denúncia como frágil, sem novidades e sem provas.

A defesa de Temer quer que a nova denúncia apresentada contra o presidente não seja enviada à Câmara enquanto não for concluído um julgamento que pode afetar a validade das provas produzidas com a delação da JBS.

Na quarta-feira (20), o STF (Supremo Tribunal Federal) deve retomar o julgamento de uma questão de ordem levada ao plenário pelo ministro Edson Fachin, relator do caso, sobre a possibilidade de suspender novas medidas de Rodrigo Janot até que se decida sobre a validade das provas da delação da JBS.

A defesa de Temer alega que as provas entregues pelos delatores da JBS não devem ser consideradas pela Justiça. Os advogados afirmam que a colaboração de executivos da empresa foi direcionada por integrantes da PGR.

Para que Temer vire réu por esses crimes, a Câmara deve autorizar a abertura de uma ação penal contra o presidente no Supremo. Para isso, são necessários os votos de ao menos 342 deputados. No início de agosto, os deputados rejeitaram o prosseguimento de uma denúncia por corrupção contra Temer.


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