O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) disse nesta quinta-feira (14) que está "100% concentrado" em seu trabalho à frente do Ministério e em recuperar a economia brasileira, em resposta a críticas do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Ele afirmou ainda que não pensa em uma possível candidatura à Presidência neste momento.
Em evento do jornal "O Estado de S. Paulo", o ministro aproveitou para alfinetar Doria. "Eu fico muito feliz quando as pessoas recomendam que eu faça algo que eu já estou fazendo", disse Meirelles, em reação à declaração do prefeito de que ele deveria se concentrar em seu trabalho no Ministério e deixar a política para o futuro.
"A realidade é que estou hoje 100% do tempo concentrado na minha atividade como ministro da Fazenda", disse. "Nós estamos no meio de um processo de crescimento importante, depois de uma recessão enorme, a maior e mais longa recessão do Brasil. Nós estamos começando a crescer. E é muito importante o foco absoluto e total primeiro na recuperação da trajetória de crescimento e, segundo, na aprovação das reformas fundamentais no Congresso."
Meirelles também afirmou não ter recebido um convite formal para sair candidato a presidente pelo PSD no ano que vem. "Não houve um convite formal. O que houve foi uma manifestação de um grande número de parlamentares favoráveis a essa possibilidade, dizendo que achavam, na avaliação de cada um ali, que era algo que deveria ser considerado no futuro", disse. "Eu me senti honrado pelo reconhecimento do meu trabalho."
Ele descartou estar "preocupado" em tomar uma decisão sobre 2018. "Eu estou focado no meu trabalho no Ministério da Fazenda e tudo tem seu devido tempo", disse.
As declarações do ministro foram feitas um dia depois de o líder do PSD na Câmara dos Deputados, Marcos Montes, ter dito que Meirelles "sorriu" após receber o pedido da bancada para se candidatar à Presidência em 2018.
Mais tarde, o ministro usou seu perfil em uma rede social para negar ser pré-candidato à Presidência.
REFORMAS
Meirelles voltou a dizer que espera que a reforma da Previdência seja aprovada até outubro.
"É importante nós avançarmos nessa área e em toda série de reformas que nós chamamos de reformas microeconômicas", afirmou. "A minha expectativa é que a reforma será aprovada, como foi aprovada a reforma trabalhista, ainda no final deste semestre".
Um dos projetos que deve sair do papel em breve é a nova lei das recuperações judiciais. "Estamos encaminhando para ser analisada pelos órgãos técnicos do governo para que isso possa ser encaminhado para o Congresso até semana que vem."
O ministro também foi questionado sobre a possibilidade de seu nome surgir em alguma delação dos empresários Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS.
"Eu acredito que não, porque não há nada que possa influenciar isso. Acredito que tudo seguirá na maior tranquilidade. Isso é um problema da Justiça, um problema específico daquela empresa", ressaltou.