De volta ao presídio da Papuda, no Distrito Federal, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) reencontrou os mesmos companheiros de cela da primeira vez em que esteve no local.
O peemedebista foi preso na última sexta (8) depois de a Polícia Federal descobrir um "bunker" em Salvador, onde estavam guardados R$ 51 milhões em dinheiro vivo.
A PF identificou nas notas impressões digitais do ex-ministro e de seu ex-assessor Gustavo Ferraz, também detido.
Geddel chegou à Papuda no fim da tarde de sexta, dois meses depois da primeira vez, quando foi preso por obstrução de Justiça no dia 3 de julho.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do DF, o baiano divide cela com nove presos, exatamente os mesmos da outra vez.
Segundo o órgão, a capacidade da cela é para 12 pessoas, com quatro treliches.
De acordo com a SSP, há apenas chuveiro frio no local e um espaço para necessidades fisiológicas.
Geddel está no mesmo presídio de Lucio Bolonha Funaro, pessoa que foi determinante para a decisão da Justiça da primeira prisão do peemedebista.
Preso desde julho do ano passado, Funaro é apontado pelas investigações como operador do ex-deputado Eduardo Cunha e de todo o PMDB da Câmara.
De acordo com a SSP, eles estão em alas separadas na Papuda.
Geddel está na ala A e Funaro na ala B, no bloco 5.
Segundo a assessoria de imprensa da SSP, eles não têm permissão de se encontrarem. Os dois têm direito a duas horas por dia de banho de sol, mas em momentos diferentes.
Todos os detentos da cela de Geddel têm ensino superior, segundo a SSP.
GOVERNO
Geddel deixou o governo Temer, de quem é amigo de longa data, sob acusação de pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero (Cultura) para viabilizar um empreendimento na Bahia.
Os apartamentos no prédio pivô da queda do baiano são avaliados em R$ 2,6 milhões, com vista para a Baía de Todos-os-Santos, em Salvador.
Se a suspeita da PF se confirmar de que o dinheiro todo encontrado no "bunker" é de Geddel, pode-se concluir que ele poderia comprar quase 20 imóveis iguais a esse que determinou sua saída do governo.
A defesa do ex-ministro diz que não teve acesso ainda ao processo e, portanto, não comentaria.