O ministro da Justiça, Torquato Jardim, informou que enviou à Polícia Federal pedido do ministro Gilmar Mendes (Supremo Tribunal Federal) para investigar citações ao nome dele relacionadas à JBS e que apareceram em reportagem da revista "Veja" desta semana.
"Solicito imediata instauração de investigação a respeito das declarações constantes na referida matéria, para que assim fiquem desde logo esclarecidos os fatos e as circunstâncias em que prestadas", diz Gilmar, em ofício enviado ao ministro da Justiça.
A PF ainda não se manifestou.
Reportagem da revista "Veja" trouxe a transcrição de uma suposta conversa entre a advogada da JBS Renata Araújo e seu então marido, Pedro Bettim Jacobi, responsável pela gravação. Jacobi, que está em um processo de separação litigioso com Renata, entregou ao Ministério Público dados do celular e de um HD da ex-mulher, segundo a matéria.
Na conversa com Jacobi, Renata afirma que recebeu apelos de Dalide Corrêa, ex-braço direito de Gilmar Mendes no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), para que não viesse à tona alguma informação comprometedora para ela e o ministro do STF.
O material também conta com diálogos entre Renata e Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, nos quais traçam estratégias ilícitas para obter decisões jurídicas favoráveis à empresa, inclusive pagamentos em espécie. São citados nas conversas pelo menos três ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e a mãe de Renata, desembargadora federal.
Em nota, Renata disse que o material não é verdadeiro e tem "claros sinais de edição". "Com relação à matéria veiculada em alguns meios de comunicação esta semana, tenho a dizer que se baseia em material mentiroso, com claros sinais de edição, elaborado e fornecido por pessoa com quem tive curto relacionamento –no qual, desde o início, fui vítima de estelionato– que terminou com uma ação de divórcio litigioso e pedido de nulidade do casamento", afirma o texto.
"Esclareço que minha relação como a JBS e todos meus clientes sempre foi profissional e clara, pautada na legalidade, com contrato firmado, serviços efetivamente prestados e pagamentos comprovados mediante a emissão de notas fiscais. Nunca recebi nem repassei nenhum valor ilegal recebido da empresa."