Folha de S. Paulo


Pedetista Amazonino Mendes é eleito governador do Amazonas

Edmar Barros/Futura Press/Folhapress
MANAUS,AM,27.08.2017:ELEI«O-GOVERNADOR-AMAZONINO-MENDES - Candidato Amazonino Mendes (PDT) vota na Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ), em Manaus (AM), na manh„ deste domingo (27) durante 2+ turno da eleiÁ„o Suplementar para Governador do Amazonas, apÛs a cassaÁ„o de JosÈ Melo (Pros). (Foto: Edmar Barros/Futura Press/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CR…DITOS OBRIGAT”RIOS ***
O governador eleito do Amazonas, Amazonino Mendes (PDT), neste domingo (27)

Ex-governador do Amazonas por três mandatos, Amazonino Mendes (PDT) foi eleito para o cargo pela quarta vez neste domingo (27) em eleição suplementar para cumprir um mandato de pouco mais de um ano.

Com 99,9% das urnas apuradas, Amazonino teve 59,2% dos votos válidos e derrotou o senador Eduardo Braga (PMDB), que ficou com 40,8%. A diplomação está marcada para 2 de outubro, mas a data da posse ainda será definida pela Assembleia Legislativa do Amazonas.

A eleição suplementar para o governo do Amazonas foi definida após a cassação do ex-governador José Melo (PROS) ser confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Ele foi acusado de compra de votos.

O resultado das urnas mostra um alto número de eleitores que não votaram em nenhum dos dois candidatos: a soma de votos em branco, nulos e abstenções foi maior do que a votação de Amazonino.

Brancos e nulos totalizaram 23,8% dos votos e a abstenção chegou a 25,8% dos cerca de 2,39 milhões de eleitores do Estado.

Um dos votos em branco veio do repositor de estoque Lucas da Silva, 20 anos. Para ele, nenhum dos dois candidatos merecia seu voto. "Não fiquei em casa para não pagar a multa", disse ao sair da seção eleitoral.

A técnica em enfermagem Samara Brasil foi um das eleitoras que anulou o voto. "Estou desempregada e para mim, nenhum deles presta", afirmou.

A campanha foi marcada por ataques dos dois candidatos, que já foram aliados - Braga foi vice-prefeito e sucessor de Amazonino na prefeitura de Manaus nos anos 1990.

Amazonino estava afastado de disputas eletivas desde 2013, quando deixou a prefeitura de Manaus com baixa popularidade. Foi alçado ao posto de candidato numa articulação entre o senador Omar Aziz (PSD) e o prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB).

Braga, que já havia sido derrotado na disputa ao governo do Amazonas em 2014 pelo grupo de Omar Aziz, teve o apoio da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) e, no segundo turno, de aliados do governador interino David Almeida (PSD). Ao votar neste domingo, os candidatos criticam as alianças de seus adversários.

"Amazonino mudou para pior quando se aliou com pessoas que ele mesmo diz terem construído uma armadilha para ele", disse Braga.

Já o candidato do PDT afirmou que o opositor agia com rancor. "Os insultos são a fraqueza dele".

Eleito para o quarto mandato, Amazonino é um dos nomes mais tradicionais da política amazonense. Foi prefeito de Manaus três vezes (1983-1986, 1993-1994 e 2009-2012) e governador do Amazonas outras três vezes (1987-1990, 1995-1998 e 1999-2002).

ELEIÇÃO TRANQUILA

A votação na eleição suplementar no Amazonas ocorreu de forma tranquila. Nas 6.668 seções eleitorais, apenas 40 urnas eletrônicas apresentaram problemas. Dessas, 26 precisaram ser trocadas. Uma urna foi desligada acidentalmente por uma criança de três anos, quando a mãe justificava o voto.

A Polícia Federal, que atuou na segurança das eleições, registrou 18 notícias-crime. Em Novo Aripuanã, a 225 quilômetros de Manaus, o ex-prefeito da cidade Raimundo Robson de Sá foi detido sob a suspeita de realizar transporte de eleitores.

No trajeto, estariam sendo entregues santinhos do candidato Amazonino Mendes. Ele foi levado à delegacia da Polícia Federal e liberado, após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência.

A votação terminou mais tarde em 13 municípios do Estado, devido à diferença do fuso horário. Esses municípios estão duas horas atrasados em relação ao horário de Brasília.


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