Folha de S. Paulo


Seis quilombolas são mortos a tiros em área de disputa na Bahia

Divulgação/Assessoria Incra
Território Quilombola de Iúna fica na região de Lençóis, na Chapada Diamantina (Foto: Divulgação/Assessoria Incra)
Território Quilombola de Iúna fica na região de Lençóis, na Chapada Diamantina

Seis integrantes de uma área remanescente de quilombo (onde viviam escravos) foram assassinados a tiros em Lençóis, na Chapada Diamantina, na Bahia. Em menos de um mês, são oito quilombolas mortos em área de disputas de terras no Estado.

O crime que chocou a comunidade ocorreu na noite de domingo (6). O local da chacina é o Território Quilombola de Iúna, cujo processo de regularização fundiária foi iniciado recentemente pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

As vítimas moravam em casas vizinhas e foram mortas dentro das residências (quatro em uma e duas na outra) por homens que estavam em um veículo preto não identificado.

A Polícia Civil de Lençóis informou que cada vítima recebeu de quatro a cinco tiros. Ninguém foi preso. Há possibilidade, segundo a polícia, de o crime ter relação com o tráfico de drogas –duas vítimas tinham passagem pela polícia por tráfico.

FORÇA-TAREFA

Nesta segunda-feira, a Polícia Civil da Bahia, por meio da Delegacia Agrária, criou uma força-tarefa para investigar os crimes.

A delegada agrária Giovanna Bomfim e um representante da Ouvidoria Regional Agrária do Incra estarão em Lençóis dia 14.

Foram mortos Adeilton Brito de Souza, Gildásio Bispo das Neves, Amauri Pereira Silva, Valdir Pereira Silva, Marcos Pereira Silva e Cosme Rosário da Conceição.

Os corpos foram sepultados entre a tarde desta segunda e a manhã desta terça (8).


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