Folha de S. Paulo


Temer diz que oposição quer 'destruir' parecer contra denúncia

Adriano Machado - 13.jun.2017/Reuters
Brazil's President Michel Temer reacts during a ceremony at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil July 13, 2017. REUTERS/Adriano Machado TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: BSB202
Presidente Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto

Na véspera da sessão na Câmara que vai analisar a denúncia contra ele, o presidente Michel Temer transferiu para a oposição a responsabilidade de conseguir colocar em plenário o mínimo de 342 deputados para o início da votação.

Após evento no Palácio do Planalto, Temer disse nesta terça-feira (1º) que quem precisa dar quorum é "quem quer destruir o que a CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) decidiu".

Questionado pela Folha sobre estar confiante para a votação marcada para esta quarta (2), o presidente desconversou: "A Câmara decide. Eu aqui só espero a decisão da Câmara", completou.

Após diversas manobras do governo, que incluíram a troca de vários titulares do colegiado, a CCJ aprovou no mês passado relatório contrário à aceitação da denúncia de corrupção passiva contra o presidente.

Nesta quarta (2), o plenário da Câmara vai votar o prosseguimento do processo. A oposição precisa do apoio de 342 dos 513 deputados para que a denúncia contra Temer siga para o STF (Supremo Tribunal Federal).

Governo e oposição ainda têm dúvida sobre conseguir quorum, ou seja, a quantidade mínima de 342 deputados em plenário para iniciar a votação.

O peemedebista participou de cerimônia para autorizar a abertura de 11 novos cursos de medicina por meio de edital público.

O vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, também participou do evento e disse que é inevitável que o partido chegue dividido à votação marcada para quarta-feira (2).

"A divisão é inevitável. Há alguns que acham que a denúncia deve ter prosseguimento e há outros que entendem que não é o momento para isso", disse.

Para ele, o PSDB dará quorum para a votação, "tem de estar presente". "Vote como deve votar, de acordo com a consciência de cada um, mas precisa estar presente", disse.

Nesta terça-feira (1º), o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que a denúncia só não será votada caso os partidos de oposição obstruam a tramitação no plenário.

O peemedebista disse acreditar que haverá durante a sessão parlamentar quorum de 342 deputados, o mínimo necessário para a votação, mas que há ainda dúvidas se o número será mantido no momento da votação nominal.

"Nós acreditamos que deverá haver no painel 342 presentes. A dúvida que existe é se teremos na votação os 342. Aí, depende muito da oposição. Se a oposição obstruir, não vai acontecer", disse.


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