Folha de S. Paulo


Jogador brinca de Moro em baralho inspirado na Lava Jato

"Objetivo: botar na prisão o maior número de réus no esquema da Lava Jato, especialmente os mais influentes." No jogo da Lava Jato, a arte imita a vida.

Recém-lançado pelo jornalista Luiz André Alzer, 46, o baralho conta com 36 cartas de réus. A de ex-governador, por exemplo, acompanha uma ilustração de Pedro Álvares Cabral. Outra mostra um deputado carregando uma mala de dinheiro. Em uma terceira, um empresário corta um pedaço de carne.

"Qualquer semelhança com a vida real é apenas uma incrível coincidência", diz a embalagem.

A carta de réu traz sua ocupação e importância no esquema, as denúncias pelas quais é acusado, as conexões com outros réus e o tamanho da propina. A cada rodada, é preciso virar uma carta com um dos investigados.

Para movimentar a partida, há outro baralho com decisões da Justiça, que devem ser lidas e cumpridas por todos os jogadores. Uma dessas cartas, por exemplo, ordena que o jogador coloque na prisão todos os réus da rodada que tenham sido denunciados por caixa dois.

Outra carta desse baralho é a do foro privilegiado: "Se o réu for um político com cargo em exercício, ele não pode ser preso. Exclua do jogo todos os réus que se enquadrem nesse caso".

O objetivo é esgotar todas as cartas em uma mão –mas não só isso. Quem acabar primeiro ainda precisa checar quão influentes são os réus que colocou na prisão. Para isso, deve somar o número de malas de dinheiro de cada um. Quanto mais influente, mais malas.

Para o criador, a Lava Jato é "quase um jogo pronto". "Tinha a teia de conexões dos investigados, as denúncias que cada um responde e a propina que era movimentada. Foi todo inspirado em fatos reais. No fundo o que a gente mais quer é essa turma na cadeia", afirma.

Para quem quer sentir na pele de um juiz como Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, o jogo está à venda pela internet, no site www.banca21.com.br, a R$ 39.


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