Folha de S. Paulo


É preciso 'votar rapidamente' denúncia contra Temer, diz Rodrigo Maia

Pedro Ladeira 4 abr. 2017/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 04-04-2017, 19h00: Plenário da câmara dos deputados durante votação de projeto que cria regras para utilização de aplicativos de transporte individual, como o Uber. O autor do projeto é o dep. Carlos Zaratini (PT-SP) e o relator o dep. Daniel Coelho (PSDB-PE). O dep. Rodrigo Maia )DEM-RJ) preside a sessão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira (6), em Buenos Aires, que considera necessário "votar rapidamente a denúncia contra o presidente Michel Temer, assim que ela sair da Comissão de Justiça".

E acrescentou: "O momento do Brasil é muito difícil, cabe ter paciência para que se saia dessa situação o mais rápido possível".

Maia chamou a atenção para a urgência em aprovar a reforma trabalhista antes do recesso parlamentar.

O presidente da Câmara foi à capital argentina para participar de um encontro de parlamentares do Mercosul, organizado pelo Congresso argentino.

Durante o dia, chegou-se a especular que sua ida seria uma manobra para que ele não tivesse de assumir de forma temporária o posto de presidente da República interinamente, uma vez que Michel Temer, mudando seu plano inicial, decidiu viajar para a cúpula do G20, em Hamburgo.

"Isso não tem nada a ver. Eu não teria problemas de assumir a presidência interinamente se fosse necessário. O caso é que há mais de uma semana eu havia comentado com o presidente sobre esse compromisso na Argentina e ele me disse que viesse, pois ele não deveria ir à Alemanha. Houve uma mudança de planos, mas não consideramos que era o caso de eu deixar de vir para esse compromisso."

VENEZUELA

Maia diz que uma das principais prioridades da reunião desta sexta-feira (7) no Congresso argentino será discutir a situação da Venezuela, que vem se agravando nas últimas semanas.

"Foram muito graves os episódios dos ataques à Assembleia, e temos que cumprir nosso papel de debater o assunto e oferecer solidariedade e buscar soluções", explicou.

Acrescentou que, por experiência própria, crê que é necessário encontrar uma situação para o país-vizinho. "Eu nasci no Chile porque havia uma ditadura no Brasil, não podemos querer que uma situação assim volte a ocorrer na América Latina."

Perguntado sobre a declaração de Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB, que afirmou que uma possível presidência de Rodrigo Maia, caso Temer seja afastado do cargo, poderia dar estabilidade ao governo, o líder da Câmara respondeu: "O senador Tasso é um homem com muita experiência e tem condição de avaliar o que é bom para o Brasil, mas eu acho que eu já estou ajudando o Brasil desde o meu papel na Câmara dos Deputados, onde pretendo ficar até o final de 2018".

Maia se negou a comentar uma possível substituição do presidente por ele, caso a denúncia avance e Temer não tenha os votos no parlamento para mantê-lo no cargo.

"Uma análise minha sobre essa situação agora não seria prudente, eu estou aqui para colaborar com a democracia e creio que venho fazendo isso."

Sobre como seria a votação no parlamento, Maia também considerou difícil fazer previsões sobre quantos votos seriam a favor do atual presidente. "Tenho visto que a maioria dos deputados não tem se posicionado, portanto os próximos dias vão ser decisivos."


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