Folha de S. Paulo


Delação de Cunha será 'casada' com a do operador Funaro

Pedro Ladeira - 12.set.2016/Folhapress
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no dia em que fez discurso de defesa na Câmara
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no dia em que fez discurso de defesa na Câmara

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no Paraná há oito meses, está trabalhando em uma proposta de delação premiada "casada" com a de Lúcio Funaro —doleiro que é apontado em investigações como principal operador do político em esquemas de corrupção como os que envolvem a Caixa Econômica Federal.

A decisão de delatar veio depois que Funaro bateu o martelo de que tentaria fazer o acordo.

Pessoas próximas a Cunha relataram que ele se viu sem saída, já que o operador iria esvaziar suas chances de delação, além de tornar a sua libertação ainda mais difícil. Envolvidos nas negociações afirmaram a reportagem que o ex-deputado nunca esteve tão perto de tentar um acordo.

Segundo pessoas que tiveram contato com o ex-deputado, Cunha está redigindo no Complexo-Médico Penal os anexos com os fatos que pretende revelar no acordo. O peemedebista já rascunhou mais de cem anexos para a colaboração, informa a coluna Mônica Bergamo. Ainda não se sabe quantos deles serão aproveitados no acordo oficial.

Na tarde de quarta (5), o doleiro foi transferido do Complexo Penitenciário da Papuda, onde estava preso desde julho passado, para a carceragem da Polícia Federal, em Brasília.

O pedido de transferência foi feito pelo Ministério Público Federal, com quem Funaro tenta um acordo, e autorizado pelo juiz da 10ª vara do Distrito Federal Vallisley Oliveira.

Para cuidar da negociação de sua delação, o político contratou o advogado Délio Lins, o mesmo que fez o acordo de delação do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa, do mesmo parido de Cunha, o PMDB.


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