Folha de S. Paulo


Em ofensiva sobre indecisos, Temer se reúne com parlamentares da CCJ

Marcos Correa/PR
O presidente Michel Temer recebe deputados no Planalto
O presidente Michel Temer recebe deputados no Planalto

O presidente Michel Temer iniciou nesta terça-feira (4) uma ofensiva pessoal para tentar barrar denúncia contra ele por corrupção passiva na Câmara dos Deputados.

Ele recebeu pela manhã dois titulares da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que se declaram indecisos em enquete feita pela Folha: Ronaldo Fonseca (Pros-DF) e Evandro Gussi (PV-SP). O segundo é, inclusive, cotado para o posto de relator.

Como a reportagem mostrou, pelos cálculos do Palácio do Planalto, o peemedebista só tem garantidos 30 de 66 votos na comissão, menos do que o necessário para garantir um relatório favorável contra a denúncia por corrupção passiva na comissão parlamentar. A meta do presidente é garantir pelo menos 40.

O peemedebista também recebeu a deputada federal Christiane Yared (PR-PR) que, na enquete, disse ser favorável ao prosseguimento da denúncia. Pelas contas do governo, há 21 indecisos com potencial de terem seus posicionamentos revertidos em plenário.

Ao todo, o presidente programou audiências com 16 parlamentares, dos quais 10 disseram não saber ou não responderam como votarão quando a denúncia for levada a plenário.

Do restante, dois se posicionaram favoravelmente ao prosseguimento da denúncia –Christiane e Sinval Malheiros (Podemos-SP)–, e quatro por seu arquivamento, todos do PMDB, partido do presidente.

Nos próximos dias, o peemedebista pretende manter a agenda de encontro com parlamentares indecisos, principalmente do PSDB, PSD, DEM e PR.

Partindo de um placar já desfavorável, auxiliares do presidente acreditam que a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi braço-direito de Temer no governo, pode dificultar ainda mais o trabalho de convencimento.

A prisão ocorreu no momento mais delicado da gestão peemedebista, com o início da tramitação de denúncia contra ele por corrupção passiva. A avaliação do Palácio do Planalto é de que ela é mais um sinal de que o cerco da Operação Lava Jato sobre o governo deve aumentar.

Neste final de semana, por exemplo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que "enquanto houver bambu, lá vai flecha".

A Folha apurou que, antes da prisão, Geddel havia afirmado em conversas reservadas que não pretendia fazer delação premiada caso fosse preso. A personalidade inconstante e explosiva do peemedebista, no entanto, preocupa a equipe presidencial.

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A AGENDA DE TEMER

Quem o presidente recebe hoje no Planalto

8h
Deputado Ronaldo Fonseca (PROS/DF)

8h30
Senador Wilder Morais (PP/GO)

9h
Deputado Evandro Gussi (PV/SP)

10h
Senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO)

10h30
Ricardo Barros - Ministro de Estado da Saúde

11h
Senador Telmário Mota (PTB/RR)

11h30
Deputada Christiane de Souza Yared (PR/PR)

12h30
Deputada Bruna Furlan (PSDB/SP)

15h00
Senador Roberto Rocha (PSB/MA)

15h30
Deputado Goulart (PSD/SP)

16h00
Senador Pedro Chaves dos Santos Filho (PSC/MS)

16h30
Senador José Maranhão (PMDB/PB)

17h00
Deputado Luiz Lauro Filho (PSB/SP)

17h30
Deputado Wilson Filho (PTB/PB), vice-líder e o ex-senador Wilson Santiago, presidente do PTB na Paraíba

18h00
Deputado Lelo Coimbra (PMDB/ES), líder da maioria na Câmara dos Deputados

18h30
Deputado Rogerio Peninha Mendonça (PMDB/SC)

19h00
Deputado José Priante (PMDB/PA)

19h30
Deputado Aníbal Gomes (PMDB/CE)

20h00
Deputado Alfredo Kaefer (PSL/PR)

20h30
Deputado Átila Lins (PSD/AM)

21h00
Deputado Darcísio Perondi (PMDB/RS) e Deputado Sinval Malheiros (PODE/SP)

21h30
Deputado Roberto de Lucena (PV/SP)


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