Folha de S. Paulo


Temer demite indicada de senador que chamou governo de 'corrupto'

Beto Barata/PR
Moscou - Russia, 20/06/2017) Presidente do Brasil Michel Temer com Vladimir PutinCerimônia de Encerramento do Concurso Internacional de Ballet do Teatro Bolshoi. Foto: Beto Barata/PR ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O presidente Michel Temer na companhia do presidente russo Vladimir Putin

No dia seguinte ao senador Hélio José (PMDB-DF) ter chamado o governo peemedebista de "corrupto", o presidente Michel Temer exonerou mais um indicado do parlamentar.

Nesta quinta-feira (22), foi demitida a superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) no Distrito Federal, Aline Rezende Peixoto, nome sugerido pelo senador peemedebista.

Na quarta-feira (21), o senador, que votou contra o relatório da reforma trabalhista na CAS (Comissão de Assuntos Sociais), reclamou da exoneração de dois indicados, chamou o governo peemedebista de "corrupto" e acusou o Palácio do Planalto de fazer um "balcão de negócios".

Hélio José disse ter se sentido ameaçado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e admitiu ter sido influenciado pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), um dos principais críticos das reformas defendidas pelo governo.

Na quarta-feira (21), foram exonerados Vicente Ferreira, do cargo de diretor de planejamento e avaliação da Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste), e Francisco Nilo Gonsalves Júnior, que era superintendente da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) no Distrito Federal.

Em agosto do ano passado, foi divulgado um áudio em que Hélio José defende a indicação de Nilo Gonsalves, afirmando que nomeava "a melancia que quiser" para o posto e que quem não "estiver com ele" pode "cair fora".

O Palácio do Planalto tem feito levantamento também de indicados dos senadores Eduardo Amorim (PSDB-SE) e de Otto Alencar (PSD-BA), que votaram contra o relatório, e de Sérgio Petecão (PSD-AC), que faltou à sessão parlamentar.

Nas palavras de um ministro, pelo menos por enquanto, a ideia não é retaliá-los. O presidente espera contar com a mudança de postura deles na votação da proposta em plenário e leva em consideração também o histórico dos senadores.

A assessoria de Otto Alencar informou que o senador não tem cargos no governo federal e que, apesar de seu partido integrar a base aliada, ele tem mantido uma postura crítica à gestão Michel Temer.


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