Folha de S. Paulo


Gleisi Hoffmann é eleita presidente do PT

Evaristo Sá/AFP
Brazilian senators and candidates for president of the Workers Party (PT) Lindbergh Farias (L) and Gleisi Hoffmann attend the PT's National Congress to elect the party's new president in Brasilia on June 1, 2017. / AFP PHOTO / EVARISTO SA
Gleisi Hoffmann, eleita presidente do PT, e seu rival da disputa, Lindbergh Farias

Sob forte intervenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT elegeu neste sábado (3) a senadora Gleisi Hoffmann (PR) para a presidência do partido.

Ministra do governo Dilma, Gleisi virou ré na Operação Lava Jato sob suspeita de ter recebido R$ 1 milhão do esquema de corrupção da Petrobras.

Ela ironizou ao responder se sua situação prejudicaria o partido: "Mais do que já fizeram? Como vai atrapalhar mais?", reagiu a senadora. "Não vejo como tentar desconstruir mais a imagem do partido como já foi feito."

Integrante do CNB (Construindo um Novo Brasil), principal grupo do partido, Gleisi recebeu apoio de Lula, que procurou dirigentes de correntes minoritárias para que apoiassem a sua candidatura de Gleisi contra a do senador Lindbergh Farias (RJ).

A senadora obteve 61,9% dos votos, contra 38,1% recebidos por Farias.

Gleisi comandará o PT pelos próximos dois anos e conduzirá a legenda nas eleições presidenciais de 2018.

Nas conversas, Lula defendeu que a eleição da senadora seria fundamental para manter a unidade partidária. Para evitar uma derrota pessoal e de sua corrente, a CNB, o ex-presidente procurou dirigentes de duas correntes minoritárias —o Optei e o Movimento PT— para que apoiassem a senadora. Juntos, os dois grupos contam com mais de 17% dos votos.

Batizada como "campo majoritário", a CNB perdeu esse status no pleito. Se antes costumava ter ampla maioria do Diretório Nacional, desta vez, o grupo conseguiu eleger metade dos 90 membros da direção —e, ainda assim, graças à aliança com a corrente O Trabalho.

Para conter uma disputa por cargos no comando partidário, Diretório e Executiva do partido foram ampliados. O Diretório tinha 82 vagas e, agora, tem 90. A Executiva passou de 18 para 26 cadeiras —a CNB terá 12 delas.

Além disso, o PT criou o cargo de adjunto para suas secretarias nacionais. A possibilidade de remuneração desse novo posto ainda será objeto de discussão.

Apesar da diminuição de tamanho da CNB, Lula, maior líder do grupo, foi exaltado em todos os discursos das diferentes correntes.

Houve neste sábado ainda um desagravo ao ex-ministro José Dirceu, que foi tratado em diversos discursos como um prisioneiro político. Seu nome era aplaudido todas as vezes em que foi mencionado.


Endereço da página:

Links no texto: