Folha de S. Paulo


Dezessete capitais têm protestos contra governo Temer neste domingo

Ao menos 17 capitais tiveram neste domingo (21) manifestações contra o presidente Michel Temer (PMDB).

Os atos, convocados por centrais sindicais e movimentos de esquerda, pediam a realização de eleições diretas no país e criticavam as reformas da Previdência e trabalhista.

Houve atos em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Belém (PA), Campo Grande (MS), Manaus (AM), Salvador (BA), Recife (PE), São Luís (MA), Natal (RN), Fortaleza (CE), Aracaju (SE), Cuiabá (MT) e Palmas (TO). Siga o andamento dos protestos minuto a minuto por aqui.

Lucas Vettorazzo/Folhapress
Manifestantes protestam contra Temer em frente ao Museu Nacional em Brasília
Manifestantes protestam contra Temer em frente ao Museu Nacional em Brasília

Em algumas cidades, a chuva esvaziou os atos, como em São Paulo -onde o protesto foi encerrado mais cedo, por volta das 17h30. Em Porto Alegre, o tempo ruim fez com que os organizadores acabassem cancelando a manifestação.

"O problema são as convicções de açúcar: só existem quando o tempo está seco", disse o comerciante Fernando Lopez, 51, que participou do ato em Curitiba, também debaixo de chuva. Cerca de 250 pessoas protestaram na capital paranaense. "Somos poucos, mas somos bravos."

Em todo o país, os organizadores afirmaram que a baixa adesão aos atos deste domingo não reflete a insatisfação popular com o governo Temer, que é generalizada, de acordo com eles.

"Mais de 90% querem a saída de Michel Temer e a convocação de eleições diretas", disse o senador Humberto Costa (PT-PE), que participou do ato em São Paulo.

Para Guilherme Boulos, coordenador do MTST e da Frente Brasil Sem Medo, as próximas manifestações "se Temer insistir em se arrastar no governo" serão "muito maiores".

A reivindicação pelas eleições diretas, diz ele, é da maioria da população. "Essa pauta é uma pauta que tem unidade no conjunto da sociedade brasileira", disse.

PELO PAÍS

Em Belo Horizonte, o ato celebrou também o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), ex-governador do Estado e investigado pela Lava Jato, e protestou contra o STF (Supremo Tribunal Federal), que decidirá se mantém inquérito contra o presidente Temer.

José Marques/Folhapress
Manifestantes na praça da Liberdade, em Belo Horizonte
Manifestantes na praça da Liberdade, em Belo Horizonte

"O verdadeiro tríplex é Aécio, Temer e Eduardo Cunha", afirmou o deputado estadual Rogério Correia (PT), para quem "é muito bom ver o Aécio desmascarado nacionalmente".

No Rio de Janeiro, os atos deste domingo incluíram protestos contra o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), e uma caminhada até a casa de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. Os manifestantes terminaram o evento com distribuição de feijão -numa referência à feijoada oferecida pelo presidente Michel Temer a aliados neste fim de semana.

Já em Curitiba, um grupo da juventude do PT vendia camisetas com o rosto do ex-presidente Lula impresso.

O petista vem defendendo sua candidatura à Presidência em 2018, e alguns manifestantes fizeram a defesa da sua eleição.

"Nós vamos conquistar a presidência de novo. E vai ser com Lula", discursou a vereadora de Curitiba Professora Josete (PT).

Para os organizadores, a pauta não era essa. "Quando o microfone é aberto, os militantes falam. Mas o momento agora é pelo Fora Temer e Diretas Já", disse a presidente da CUT no Paraná, Regina Cruz.


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