Folha de S. Paulo


Aécio Neves deixa plenário do Senado sem comentar o assunto

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 04-04-2017, 15h00: O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do PSDB fala na tribuna do Senado se defendendo das acusações publicadas na revista Veja dessa semana, de que ele teria recebido propina em uma conta em nome de sua irmã em Nova York. Ele recebeu o apoio de vários senadores. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do PSDB

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos acusados pela JBS, deixou o plenário do Senado pela lateral, sem comentar as acusações de que foi gravado pedindo R$ 2 milhões à JBS e a quantia foi entregue a um primo do tucano, em ação filmada pela PF.

Questionada, a assessoria não comentou o caso. Procurado, Aécio não se manifestou.

A notícia revelada pelo jornal "O Globo" e confirmada pela Folha esvaziou o plenário do Senado, que acabara de votar o projeto de socorro aos Estados.

Em meio à discussão do texto que pode por fim ao foro privilegiado, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) leu em plenário a matéria. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), teve que interromper por mais de uma vez as manifestações dos senadores em reação à denúncia.

"Primeiro, eu quero deixar bem claro que nós estamos numa discussão da PEC 10, que é do foro privilegiado. Não cabia, mas eu não quis cassar a palavra do senador Lindbergh, que estava dando um aviso como alguém que está discutindo. Nós estamos no processo de discussão de uma matéria", disse.

O líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL) estava em uma conversa no cafezinho do Senado e não quis comentar o caso.

Eunício deixou a presidência da sessão afirmando que não caberia a ele "comentar a matéria"

Já o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tentou minimizar o assunto dizendo que, por enquanto, é apenas "uma denúncia" e que qualquer comentário ainda seria "prematuro".

"Considero que é uma denúncia, de tantas que estão sendo publicadas. De delações, as dezenas que estão sendo publicadas. Algumas delas, a maioria das delações, o PT está descredenciando", disse.

Questionado pela Folha sobre ter invalidado no passado as gravações de Sérgio Machado em que ele aparece falando em "estancar a sangria", Jucá desconversou.

"Eu não invalidei, eu disse que o que eu falei foi pinçado e dado outro tipo de interpretação e eu pedi para ser investigado. No momento em que vazaram criminosamente parte dos áudios eu pedi para ser investigado e estou cobrando isso", disse.


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