Folha de S. Paulo


Casal de marqueteiros pagará R$ 80 milhões em acordo de delação

Heuler Andrey/Folhapress
CURITIBA,PR, BRASIL, 23.02.2016 - CHEGADA DE JOAO SANTANA NO PR: Monica Moura, esposa de Joao Santana preso na 23 fase da Operacao Lava-Jato denominada de Acaraje chega no IML em Curitiba-PR para realizar exame do corpo de delito. Foto: Heuler Andrey/FolhaPress PODER ***Exclusivo*** - Mônica Moura
Mônica Moura e João Santana (ao fundo) chegaram a ser presos pela Lava Jato em 2016

O casal de marqueteiros do PT João Santana e Mônica Moura perderá um total estimado em R$ 80 milhões como parte do acordo de delação premiada fechado com o Ministério Público Federal.

A conta é distribuída da seguinte forma: R$ 3 milhões em multa de João Santana, R$ 3 milhões em multa de Mônica Moura e mais a perda de todo o saldo bancário e eventuais investimentos feitos pela offshore controlada pelo casal, a Shell Bill Finance, no Banco Heritage, na Suíça. Segundo o Ministério Público, a conta detém cerca de US$ 21,6 milhões, ou cerca de R$ 68 milhões ao câmbio desta quinta-feira (11).

Um terceiro delator, o funcionário da Polis Propaganda André Luis Reis Santana, pagará mais R$ 50 mil em multa.

Como parte do acordo, Santana, Mônica e André Luis prestaram uma série de depoimentos em vídeo de 6 a 9 de março na sede da Procuradoria da República no Paraná. Eles foram ouvidos por integrantes do grupo de trabalho da Operação Lava Jato e da força-tarefa de Curitiba (PR).

Pelo acordo, João Santana e Mônica foram condenados a um ano e seis meses em prisão domiciliar e mais um ano e seis meses em regime semiaberto. Na segunda fase, deverão "se recolher à residência nos sábados, domingos e feriados e, nos dias úteis, das 22 horas às 06 horas, ressalvados casos de emergência".

Em todo o período de cumprimento das penas, eles serão monitorados por tornozeleira eletrônica.

Ao longo dos três anos, o casal está proibido de trabalhar "de qualquer forma, direta ou indiretamente, em qualquer atividade relacionada ao marketing para campanhas eleitorais, seja no Brasil ou no exterior".

Santana e Mônica estão fora do regime fechado desde agosto de 2016, por decisão do juiz federal Sérgio Moro, depois que iniciaram as tratativas para um acordo de delação premiada. Haviam sido presos em fevereiro do mesmo ano.

Segundo os termos do acordo de delação, "os bens bloqueados pele 13ª Vara Federal Criminal poderão servir para o pagamento da multa".


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