Folha de S. Paulo


Manifestantes do MST iniciam marcha a favor de Lula em Curitiba

Marco Aurélio Canônico/Folhapress
Manifestantes de movimentos sociais se encaminham para praça no centro de Curitiba
Manifestantes de movimentos sociais se encaminham para praça no centro de Curitiba

Manifestantes ligados a movimentos sociais como o dos Sem Terra (MST), que chegaram a Curitiba nesta terça (9), iniciaram na manhã desta quarta (10) uma marcha a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem depoimento marcado na 13ª Vara Federal, onde será ouvido pelo juiz Sérgio Moro.

Apoiados por um caminhão de som, no qual estão organizadores da marcha e uma dupla sertaneja, os manifestantes deixam o acampamento montado ao lado da estação rodoferroviária e se encaminham à praça Santos Andrade, a cerca de 2km de distância, no centro de Curitiba.

Não há estimativa oficial do número de participantes, mas a reportagem contou mais de 40 ônibus nas cercanias do acampamento. Dentro, havia inúmeras barracas de lona preta, nas quais montaram-se locais de repouso e uma grande cozinha. Sanduíches de mortadela, café e leite eram oferecidos aos acampados.

Os manifestantes caminham carregando cartazes com dizeres como "Impedir a prisão de Lula, derrotar o golpe" e bandeiras vermelhas da CUT e do MST, além de paridos políticos como o PSTU e PCO.

Entoam gritos de "fora, Temer" e cantos como "Ô Sérgio Moro / seu abestado / não foi o Lula que roubou o Banestado" e "Lula / guerreiro / do povo brasileiro".

Policiais e advogados da comissão de direitos humanos da OAB-PR também acompanham a marcha.

Assim que a multidão ganhou as ruas da cidade, passou a ser hostilizada por motoristas que ficaram engarrafados, e buzinavam. Não houve confrontos até então.

*

COMO SERÁ A AUDIÊNCIA - O início está marcado para as 14h; não há previsão para término

O Apartamento

-

Os outros réus do tríplex

-

Os próximos passos da ação

-

Outras investigações contra Lula

*

O QUE DIZ A DEFESA DE LULA

> Nega as acusações e diz ser vítima de "lawfare", o uso de leis como "arma para perseguir e destruir um inimigo"

> A família do ex-presidente nunca recebeu as chaves nem ocupou o tríplex. Marisa Letícia havia comprado a partir de 2005 cotas de um apartamento no prédio, à época sob responsabilidade da cooperativa Bancoop, e desistiu do negócio antes de tomar a posse depois que a OAS incorporou o condomínio. Lula só esteve uma vez no local e não concretizou a aquisição do apartamento

> O tríplex é da própria empreiteira, que utiliza o imóvel para obter empréstimos e pagar credores em processo de recuperação judicial

> Sobre o armazenamento de bens, Lula nunca participou da contratação da empresa responsável e que os materiais eram um acervo presidencial, e não objetos privados

> O testemunho de pessoas que negociam delação premiada não é válido


Endereço da página:

Links no texto: