Folha de S. Paulo


Produção atual de nióbio já é suficiente para atender demanda

Edson Silva - 11.dez.2012/Folhapress
CATALAO,GO, BRASIL,11-12-2012: Jazida de nióbio da Angulo America em Catalao. Diamantes, niobio, fosfato e titanio sao alguns dos minerios já explorados em Catalao que ajudaram a fazer a riqueza do municipio goiano crescer quatro vezes em quase dez anos. ( Foto: (Edson Silva /Folhapress ) ***REGIONAIS***EXCLUSIVO FOLHA***BRASIL QUE MAIS CRESCE***
Jazida de nióbio em Catalão, no interior de Goiás

Nas palestras em que exalta o potencial do nióbio, o deputado federal Jair Bolsonaro ignora um ponto central sobre a oferta do recurso mineral no país.

Atualmente as reservas já em exploração, de 842,46 milhões de toneladas, são suficientes para atender a demanda interna e externa do produto pelos próximos 200 anos, segundo o CPRM, o Serviço Geológico Brasileiro.

Estudo publicado em janeiro pelo United States Geological Survey, o serviço geológico dos Estados Unidos, reforça a afirmação, ao dizer que "os recursos mundiais de nióbio são mais do que adequados para suprir as necessidades projetadas".

"Não há necessidade de mercado de colocarmos novas minas em operação", diz o diretor de recursos minerais do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), Marcos Tune. "O nióbio é importante, mas não se compara ao urânio, ouro ou diamante."

A demanda mundial do nióbio varia de 100 a 150 mil toneladas ao ano, em linha com a produção da maior mina brasileira do produto, em Araxá (MG), que em 2015 produziu 132 mil toneladas. Naquele ano, a produção de nióbio bruto no país foi de 22 milhões de toneladas.

CAMPANHA

O discurso contra terras indígenas para o aumento da produção soa como música para as mineradoras de outros tipos. Bolsonaro não esconde que tem sido procurado em sua "pré-corrida" presidencial, mas não revela nomes. "O pessoal do Pará já me chamou para conversar", disse, referindo-se ao Estado que abriga as principais minas de minério de ferro do Brasil.

Em agosto, o deputado foi à principal mina de nióbio do mundo, em Araxá, cujos direitos são da Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia, da família Moreira Salles.

Ela exporta o produto já como liga para China, Estados Unidos, Japão e Europa ocidental.


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