A avaliação de auxiliares do presidente Michel Temer é que a queda da popularidade dele influencia na ausência de candidatos ligados ao governo na dianteira da disputa presidencial de 2018, como apontou a pesquisa Datafolha neste domingo (30).
Em conversas reservadas, aliados de Temer responsabilizam os impactos da Operação Lava Jato e a impopularidade das reformas trabalhista e previdenciária pela piora na avaliação do governo, seguindo tendência já detectada em pesquisas internas.
Segundo o Datafolha, a rejeição ao governo Temer chegou a 61%, comparável a de sua antecessora, Dilma Rousseff, às vésperas da abertura do impeachment.
Mostra ainda que, no principal cenário presidencial, os três primeiros colocados são nomes críticos ao peemedebista: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSC).
A pesquisa revelou também aumento na rejeição de nomes simpáticos à gestão federal, como Aécio Neves e Geraldo Alckmin, do PSDB.
"Estamos em um período de reformas. O PSDB é um a sigla da base aliada e há um reflexo sobre ele", disse o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE).
Com a expectativa de que as mudanças na aposentadoria sejam aprovadas penas no segundo semestre, o Planalto não acredita em uma recuperação da popularidade em curto ou médio prazos.
A avaliação é de que, com as reformas aprovadas, isso possa ocorrer apenas em 2018, com o prognóstico de que os sinais de recuperação da economia estejam mais claros, assim como os efeitos das mudanças na Previdência.
"Ninguém gosta de mudar e as pessoas têm medo de mudança. Mas elas sabem, ao mesmo tempo, que elas têm de ser feitas para sair da crise econômica", disse à Folha ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco.
Apesar do discurso de que não se importa com a impopularidade, o presidente programa uma agenda no final do segundo semestre na tentativa de melhorar a aprovação do governo.
A ideia é que ele aumente seu engajamento na reforma política, cujo apoio da população é maior, e realize mais viagens nacionais e internacionais para defender suas realizações.
Primeiro turno - Cenário 1 - Intenção de voto para presidente, em %
Primeiro turno - Cenário 2 - Intenção de voto para presidente, em %
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