Folha de S. Paulo


Itaquerão era para ser Volkswagen mas virou Lamborghini, diz delator

Ernesto Rodrigues - 26.jun.2015/Folhapress
O estádio do Corinthians, o Itaquerão, em São Paulo
O estádio do Corinthians, o Itaquerão, em São Paulo

O ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar afirmou que o projeto do Itaquerão foi concebido para ser um Volkswagen e acabou se transformando em uma Lamborghini.

O delator disse, em depoimento ao Ministério Público Federal, que o pedido feito pelo ex-presidente Lula em 2010 era para que a empresa pensasse em um estádio para 30 mil pessoas, sendo que metade do público ficaria em pé.

"Porque a torcida do Corinthians não senta, ela fica em pé", afirma, rindo.

Itaquerão era para ser Volkswagen mas virou Lamborghini, diz delator

Ele afirma que as mudanças no projeto aconteceram pela possibilidade de que o estádio sediasse a abertura da Copa.

Segundo Alencar, o projeto inicial custaria cerca de R$ 300 milhões, mas no final, o Corinthians deve desembolsar cerca de R$ 1,6 bilhão pela arena.

"Você sai de casa para comprar um Volkswagen e volta com uma Lamborghini", compara.

Ele diz ainda que, a pedido da empresa, Lula chegou a conversar com o prefeito Fernando Haddad sobre a liberação de créditos imobiliários para custear a obra, mas a investida não teve sucesso.

O que é o caixa 2?

INVESTIGAÇÃO

O ministro Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo Michel Temer (PMDB), 24 senadores e 39 deputados federais. Serão abertas 76 investigações pedidas pela Procuradoria-Geral da República após as delações da Odebrecht.

Operação Lava Jato

Entre os citados estão os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). Dois dos principais aliados de Temer, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secreraria-Geral), também estão na lista, que abrange ainda os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros, do PMDB, e Aécio Neves (PSDB).

No total a relação tem 98 nomes e inclui três governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União. Algumas suspeitas da Procuradoria são corrupção, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude e cartel. Fachin remeteu 201 outros casos a tribunais de instâncias inferiores envolvendo citados sem foro no Supremo –entre os mencionados estão os ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso.

Os inquéritos iniciam longo trâmite. Investigarão o teor das delações, que precisarão de provas adicionais para tornar-se efetivas. Ainda há as fases de denúncia e do processo, com ampla defesa, antes do julgamento.

Chamada - A lista de Fachin

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