Folha de S. Paulo


Paulinho da Força recebeu R$ 1 milhão de propina, dizem delatores

Jorge Araujo - 1°.mai.2016/Folhapress
SAO PAULO SP Brasil 01 05 2016 : Ato polItico da Forca Sindical, com Paulinho Pereira da Silva e deputados pro-impeachment de PSDB, DEM, SD, PPS e etc. Deputados que fizeram campanha pelo impeachment, como, Andr Moura (PSC-SE), Major Olimpio (Solidariedade-SP), e Rodrigo Maia (DEM-RJ).Embassay e senadora Marta Suplicy e recebeu algumas vasias na hora do discurso na zona norte de São Paulo. Jorge Araujo Folhapress 703 ORG XMIT: XX
O deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), que aparece na delação da Odebrecht

O ministro Edson Fachin autorizou a abertura de duas investigações sobre o deputado Paulinho da Força (SD-SP), com base nas delações de ex-executivos da Odebrecht – uma sobre a campanha de 2014 e outra sobre a disputa de 2010.

Segundo o despacho do relator da Lava Jato, os colaboradores da empreiteira afirmaram que a campanha de 2014 do candidato recebeu R$ 1 milhão, em duas parcelas, em pagamentos não contabilizados, em troca de vantagens indevidas.

Para a PGR (Procuradoria-Geral da República), há indícios de que os recursos foram fruto de propina e por isso a investigação aponta a suspeita de corrupção passiva.

A abertura dos inquéritos não implica culpa dos investigados. A partir da decisão, os investigadores e os advogados apresentam provas para determinar se há indício de autoria do crime ou não.

Depois disso, o Ministério Público decide se apresenta uma denúncia ou pede o arquivamento do inquérito. Se a denúncia for apresentada e aceita pelo Supremo, o investigado se torna réu e passa a ser julgado pelo tribunal.

Os delatores foram Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, e Hilberto Mascarenhas, ex-diretor do departamento de operações estruturadas, o setor de propinas da empresa, de onde teria saído o dinheiro para Paulinho da Força.

De acordo com a Procuradoria, o apelido do deputado nas planilhas internas da Odebrecht era "Forte", suposta referência à Força Sindical.

"Tal pagamento se dava como contrapartida ao apoio político do referido parlamentar em função da greve ocorrida na Embraport em Santos/SP e da invasão que a sede do grupo empresarial sofrera no ano de 2013", diz trecho da decisão de Fachin pela abertura do inquérito.

2010

O segundo inquérito é baseado em declarações prestadas pelos colaboradores Carlos Armando Guedes Paschoal, o CAP, e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar. CAP foi diretor da Odebrecht em São Paulo e Alencar era diretor de relações institucionais da empreiteira.

Segundo o Ministério Público, Paschoal diz ter recebido pedido de Paulinho para que a empreiteira contribuísse com sua campanha eleitoral, em 2010. A Odebrecht repassou naquele ano R$ 200 mil em espécie, sem qualquer registro oficial.

Alexandrino Alencar, por sua vez, diz ter recebido a solicitação diretamente do parlamentar e após concordar com o repasse o deputado federal teria auxiliado a empresa nas soluções de problemas na obra RNEST e nas Usinas Hidrelétricas do Rio Madeira.

Outra razão citada por Alexandrino seria o "assento" que a Força Sindical detinha no FI-FGTS e da relação que o deputado Paulo Pereira tinha com a pessoa de Luiz Fernando Emediato.

Ambos os colaboradores afirmam que os valores foram repassados por meio do Setor de Operações Estruturadas. O beneficiário, segundo Cap e Alexandrino, era identificado nas planilhas pelos apelidos "Boa Vista" e "Força".

Paralelo a isso, segundo os delatores, houve doação oficial de R$ 500 mil reais ao parlamentar.

OUTRO LADO

Procurado pela Folha, o deputado disse que todas as doações foram feitas dentro da lei. "Nosso partido nem multa tem", afirmou.

Paulinho da Força também ironizou a lista, dizendo que os deputados ausentes estão "desprestigiados".

"Não tem clima de problema, não, o pessoal está até brincando: 'Você tá na lista?', 'Você tá na lista?'"


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