Folha de S. Paulo


Alckmin faz 'política de varanda' para obter apoio de governadores

Wilson Dias -30.jul.2015/Agência Brasil
BRASILIA, DF, 30.07.2015, BRASIL, Os governadores de de Sao Paulo, Geraldo Alckmin, de Goias, Marconi Perillo, falam a imprensa apos reuniao com a presidenta Dilma Rousseff ( Foto Wilson Dias / Agencia Brasil) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Os governadores de de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e de Goias, Marconi Perillo (PSDB)

Sem viajar excessivamente para não descuidar do governo de São Paulo nem dar bandeira de suas pretensões presidenciais, Geraldo Alckmin (PSDB) passou os últimos meses fazendo "política de varanda".

É assim que ele apelidou o trabalho, para viabilizar a candidatura em 2018, de receber políticos de todo o país no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Semanalmente, senta-se para debater problemas regionais e identificar aliados, sobretudo onde ele mais precisa, o Nordeste. Considerando a boa entrada do PSDB nas regiões Sul, Sudeste e até Centro-Oeste, Alckmin repete, quando questionado sobre o tom de sua possível campanha presidencial: "Nordeste, Nordeste, Nordeste. Emprego, emprego, emprego".

No grupo de Whatsapp dos 27 governadores do país, o tucano se tornou um "animador", que puxa assunto. "Precisamos conversar sobre a questão dos precatórios", escreveu outro dia.

A pauta comum aos Estados acabou aproximando-o de alguns de seus pares. O tucano Marconi Perillo, de Goiás, é um deles. Eles se falam com frequência e chegaram até a mencionar uma eventual chapa puro sangue, em que Perillo sairia como vice de Alckmin. Tudo embrionário.

Há uma sintonia entre os dois. O paulista quer o goiano presidente do PSDB. Os dois defendem prévias para a definição do candidato presidencial do partido –saída para tentar driblar o controle do PSDB pelo senador Aécio Neves (MG). "Para o partido ganhar, precisa de união. É condição 'sine qua non'", afirmou Perillo à Folha.

Ele tem ajudado a aproximar Alckmin de outros governadores como Paulo Hartung (PMDB-ES) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Hoje, o paulista tem relação com cerca de 15 governadores.

'PORÉNS'

Há dois possíveis obstáculos para Alckmin concorrer ao Planalto. O primeiro é a especulação em torno de uma possível candidatura do prefeito de SP, João Doria (PSDB), à Presidência. O segundo é a Operação Lava Jato.

Aliados do governador paulista afirmam que os rumores sobre Doria são espuma. Dizem que o prefeito de São Paulo só se lançará se houver consenso entre ele e o governador. Mas este seria só o plano B, garantem.

"Sobre João Doria só posso falar o que ele falou, né?", disse o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), em referências às falas públicas do prefeito negando qualquer pretensão nacional.

"Alckmin demonstra que tem essa vontade de encarar o país em sua diversidade, escutando, aprendendo e colocando à disposição a sua experiência", elogiou Marinho.

LAVA JATO

Sobre a Lava Jato, o governador de São Paulo foi citado em delação por suposto recebimento de caixa dois, em dinheiro vivo, para campanhas de 2010 e 2014, o que ele nega.

Aliados se fiam na simplicidade com que o governador vive ao argumentar que será menos danoso do que o de outros tucanos.


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