Folha de S. Paulo


'Ciro devia se preocupar com sua saúde mental', diz Doria

Adriano Vizoni/Folhapress
Sao Paulo,SP,Brasil 27.03.2017 SAO PAULO - SP - BRASIL, 27-03-2017, 20h00: PREFEITO DORIA. Lancamento do programa Nova Creche, com o ministro da Educacao, Mendonca Filho, o governador Geraldo Alckmin e os secretarios de educacao Alexandre Schneider (municipio) e Renato Nalini (estado), realizado no Theatro Municipal. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, COTIDIANO) ***EXCLUSIVO FSP*** Foto: Adriano Vizoni/Folhapress Cod 3558
João Doria, durante lançamento de programa no Theatro Municipal, em São Paulo

Ciro Gomes (PDT-CE) "devia se preocupar é com o estado dele, primeiro o pessoal, de saúde mental, depois o Ceará, que é o Estado que ele representa", disse nesta segunda-feira (27) o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB).

O prefeito tucano rebatia críticas feitas pelo pedetista a ele, em entrevista publicada pela Folha no mesmo dia.

Para Ciro, o "farsante" Doria força uma imagem errada de "antipolítico", já que, ao chefiar a Embratur no governo Sarney, "saiu debaixo de muitas irregularidades no Tribunal de Contas da União e foi violentamente criticado por uma propaganda do turismo brasileiro com bundas de mulher na praia, estimulando claramente o turismo sexual".

Doria evocou um episódio visto como machista da campanha presidencial de Ciro em 2002 –quando Ciro disse que sua então esposa, a atriz Patricia Pillar, tinha um dos papéis mais importantes na disputa: "Dormir comigo".

"O ex-governador [do Ceará] não é exatamente a pessoa mais indicada para falar das questões das mulheres, né? Ele tratou a esposa como tratou, não é exatamente uma pessoa que tem perfil e autoridade pra falar sobre isso."

"E os temas da Embratur são temas do passado, não houve esse tipo de situação", afirmou na sequência.

O prefeito também comentou outra acusação –a de que teria reforçado sua fortuna "com dinheiro público do PSDB de Minas e SP".

Ciro não especificou a origem da suposta verba, mas reportagem da Folha de 2015 mostrou que o governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP) pagou R$ 1,5 milhão ao então pré-candidato a prefeito, por anúncios veiculados em sete revistas da Doria Editora, entre elas a "Caviar Lifestyle".

Doria negou que sua fortuna tenha sido construída com ajuda do partido. "Se tivesse tido algum problema, não seria depois de nove meses de intensa campanha que isso teria surgido. Então não procede."

E emendou: "Lamento também que o ex-ministro Ciro Gomes, com seu habitual destempero e seu tradicional desequilíbrio, queira fazer colocações desse tipo".

O prefeito concluiu assim sua passagem pelo Theatro Municipal paulistano, onde na noite desta segunda lançou o programa Nossa Creche, com representantes de bancos, além do ministro da Educação e dos secretários municipal e estadual da pasta.

Na plateia, as "queridas" Adriane Galisteu e Fafá de Belém. O evento foi encerrado com Fafá no palco, de mãos dadas com Doria e os convidados oficiais.

A cantora celebrou o "sucesso que Joãozinho tá fazendo", cantou o "Hino Nacional" e terminou sua participação com um "viva Joãozinho". O "Tema da Vitória", um clássico nos tempos de campanha, finalizou a noite.


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