Folha de S. Paulo


Dilma ironiza Temer e diz que nunca viu 'fantasma nenhum' no Alvorada

Após Michel Temer dizer em entrevista à revista "Veja" que desistiu de morar no Palácio da Alvorada porque "sentiu uma coisa estranha" e falar até em fantasmas na residência oficial, a ex-presidente Dilma Rousseff ironizou a preocupação do peemedebista.

"Morei lá e nunca teve nada disso não. Nunca vi fantasma nenhum", afirmou Dilma, que viveu no espaço entre 2011 e setembro de 2016.

"Aliás, o meu neto ficou lá dos seis meses aos seis anos e também nunca caiu", emendou a petista.

A fala fez referência a outra polêmica da curta passagem de Temer pelo Alvorada. Com a justificativa de garantir a segurança de Michelzinho, 7, fez-se uma reforma de mais de R$ 20 mil no palácio que incluiu a instalação de telas de segurança.

A intervenção foi criticada por especialistas, que disseram que a tela descaracterizava a fachada do Alvorada, que é um prédio tombado.

LISBOA

As declarações de Dilma Roussef foram feitas em Lisboa, onde a ex-presidente participa nesta quarta-feira (15) de uma conferência sobre neoliberalismo e democracia organizada pela Fundação José Saramago.

Dilma voltou a criticar a diferença de tratamento das acusações contra o PT em relação a dos outros partidos.

Perguntada sobre a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de vetar menções a Aécio Neves (PSDB) em delação de um ex-executivo da Odebrecht, a ex-presidente transpareceu que entende que há favorecimento ao senador.

"O que é que você acha?", ironizou. "Durante muito tempo, só existia no Brasil um partido complicado no Brasil: o PT. Em todos os outros, uma auréola. Só faltava nascer asas nos respectivos representantes", disse ela, antes de criticar a atuação da imprensa.

A jornalistas portugueses Dilma Rousseff voltou a afirmar que foi vítima de um "golpe" parlamentar e acusou os aliados do atual governo de só ganharem "no tapetão".

Dilma reafirmou seu apoio a uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas descartou que vá ocupar algum cargo em caso de vitória de seu padrinho político.

"Eu não quereria [assumir um cargo]. Eu tenho 70 anos, acho que isso é pra gente mais nova do que eu."


Endereço da página:

Links no texto: