Folha de S. Paulo


Temer diz que ninguém pode ter a paternidade do São Francisco

Pedro Ladeira - 14.fev.2017/Folhapress
Presidente Michel Temer (PMDB) anuncia calendário de saque de contas inativas do FGTS, em Brasília
Presidente Michel Temer (PMDB) anuncia calendário de saque de contas inativas do FGTS, em Brasília

Em uma disputa política com seus antecessores Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do PT, o presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira (10) que ninguém pode reivindicar a paternidade da obra de transposição do rio São Francisco.

Em viagem à Paraíba, para a inauguração do trecho leste da iniciativa, o peemedebista defendeu que a verdadeira paternidade da iniciativa é da população brasileira e do povo nordestino.

A obra de transposição foi iniciada em 2007, durante o segundo mandato do petista, e demorou uma década para ser concluída, agora na administração peemedebista.

"Nós empreendemos muitos esforços nesses poucos meses de governo para que pudéssemos chegar a este ponto. Mas não quero a paternidade dessa obra, porque ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino. Vocês é que pagaram impostos ao longo do tempo e permitiram que fizéssemos grandes investimentos nessa obra que vai cada vez mais sendo festejada", disse.

O presidente fez o discurso em cerimônia, em Campina Grande, de assinatura de ordem de serviço para a BR-230. Na sequência, viajou para a cidade de Monteiro, também na Paraíba, para a inauguração do trecho da obra de transposição.

Segundo ele, a iniciativa é a obra de maior "relevância" e "significação" para a população nordestina. O presidente fez questão de levar ao evento uma comitiva de ministros nordestinos, como Antonio Imbassahy (Governo), Mendonça Filho (Educação) e Bruno Araújo (Cidades).

O debate sobre a paternidade da transposição, considerada uma das vitrines eleitorais dos governos petistas, gerou uma queda-de-braço nesta semana entre PT e PMDB.

Em seu portal oficial, Dilma Rousseff negou que a obra tenha ficado paralisado durante a sua administração e disse que ela " teve quase sua totalidade construída e concluída" no governo petista.

"O projeto, sonhado ainda nos tempos de Dom Pedro 2º e desprezado por Fernando Henrique Cardoso, só saiu do papel nos governos do PT e vai garantir água a 12 milhões de habitantes que vivem em 390 municípios", disse.

Na quinta-feira (9), na véspera da viagem à Paraíba, Temer escalou o porta-voz do Palácio do Planalto, Alexandre Parola, para defender a participação da gestão peemedebista na iniciativa.

Segundo ele, em dez meses, desde que o presidente assumiu o cargo, foram investidos mais de R$ 602 milhões, o que permitiu que o trecho leste fosse inaugurado nesta sexta-feira (10).

"A conclusão foi acelerada por determinação do presidente e é mais uma expressão da prioridade conferida pelo governo ao desenvolvimento do Nordeste", disse.


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