Folha de S. Paulo


Comando do PT decidirá se bancada vai apoiar tucano na Assembleia de SP

Enfrentando uma disputa interna, a bancada estadual do PT delegou ao comando partidário a decisão sobre seu voto na eleição para a Mesa Diretora da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

Reunida nesta terça-feira (21) com o presidente estadual do PT, Emídio de Souza, a bancada decidiu remeter a escolha à Executiva e ao diretório do partido. Na reunião, Emídio exigiu que a bancada se comprometa a respeitar a decisão do diretório.

Ele pediu que não se repita o cenário montado na eleição do presidente da Câmara de Deputados, em que a bancada petista decidiu apoiar um candidato de oposição contrariando a recomendação do Diretório Nacional do PT.

Embora a maioria da bancada defenda o apoio à candidatura do tucano Cauê Macris para a presidência da Assembleia –acerto que garantiria ao PT a manutenção do comando da Primeira Secretaria da Mesa Diretora–, uma ala petista resiste sob o argumento de que o PSDB de São Paulo pavimentou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Entre os críticos do acordo estão os deputados estaduais José Américo Dias, Carlos Neder e João Paulo Rillo. Na segunda (20), o trio se lançou numa campanha contra a consumação dessa aliança da bancada do PT com o PSDB. Ao discursar, Rillo chamou de "excrescência" qualquer possibilidade de acordo com o tucanato.

ALTERNATIVA

Em reunião com militantes petistas que se opõem ao acordo, José Américo e Neder informaram ter aberto negociação com outros partidos da base do governo Alckmin –o chamado bloco– para lançamento de uma candidatura adversária ao PSDB. Por esse acerto, o PT apoiaria a candidatura de Carlos Cezar (PSB).

O bloco reúne 27 deputados de dez diferentes partidos da base do governo Alckmin. A bancada do PT tem 15 integrantes. Juntos, chegariam a 42 deputados –número de votos considerado significativo, porém insuficiente para vencer Cauê Macris. A Assembleia tem 94 deputados.

Líder do bloco, o deputado Chico Sardelli (PV) afirmou que o nome de Carlos Cezar está mantido na disputa pela presidência, mas que o grupo conversa com "todas as forças vivas da Assembleia", entre elas o PT e o PSDB. "Para não haver uma candidatura pelo bloco, depende das conversações. Hoje ela [candidatura] está posta", disse.

A eleição para sucessão da Mesa Diretora está marcada para 15 de março.


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