Folha de S. Paulo


Panamá denuncia 17 por suborno no caso Odebrecht

A Procuradoria do Panamá denunciou 17 pessoas no caso envolvendo o pagamento de subornos da construtora Odebrecht para obter contratos no país, informou na terça-feira (24) a procuradora-geral, Kenia Porcell.

"Essas são as primeiras 17 pessoas que foram denunciadas conforme a informação que recebi na manhã de hoje (terça-feira) por parte dos promotores anticorrupção", disse Porcell em coletiva de imprensa.

A funcionária não revelou os nomes dessas pessoas, mas informou que inclui três ex-funcionários "de alta hierarquia" do governo, oito empresários panamenhos, cinco empresários de outras nacionalidades e um banco privado.

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SÃO PAULO, SP. 18.12.2016: : ODEBRECHT-EMPRESA - Fachada da sede da Odebrecht na zona oeste de São Paulo. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)
Fachada da sede da Odebrecht na zona oeste de São Paulo

A imprensa panamenha informou que foram emitidas ordens de prisão contra dois filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli —Ricardo e Luis Enrique— e um irmão, Ramón Martinelli, além do ex-ministro de Obras Públicas Pepe Suárez.

Porcel espera que as pessoas apontadas pelas investigações, que também avançam na Suíça, comecem a se apresentar.

Segundo o jornal local La Prensa, a procuradoria federal da Suíça "identificou pelo menos três contas bancárias" no Panamá onde entre 2007 e 2010 "foram recebidos cerca de 59 milhões de dólares provenientes de bancos suíços cujos beneficiários eram sociedades controladas pela Odebrecht".

Os procuradores suíços também "acusaram formalmente" Luis Enrique e Ricardo Alberto Martinelli Linares.

O ex-presidente Martinelli, que vive um exílio voluntário em Miami, é procurado pela Justiça panamenha por múltiplas denúncias de corrupção.

Proibida de participar de licitações no país, a Odebrecht se comprometeu a restituir o dinheiro entregue em propina.

O governo panamenho garantiu na terça (24) que o Estado preste queixa contra a Odebrecht "para que as instituições que possam ter sido afetadas tomem parte do processo, colaborem ativamente e recuperem os recursos desviados", informou um comunicado da Presidência do Panamá.


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