Folha de S. Paulo


Presidente do Peru diz que Odebrecht terá que sair do país

Sebastian Castaneda/Reuters
Protesters carry a mock coffin reads: 'Odebrecht' during a march against new road fees imposed for a highway built by Odebrecht-founded road consortium Rutas de Lima, in Lima, Peru, January 12, 2017. REUTERS/Sebastian Castaneda FOR EDITORIAL USE ONLY. NO ARCHIVES. NO RESALES ORG XMIT: LIM23
Protesto contra aumento do pedágio em rodovia construída pela Odebrecht no Peru, no último dia 12

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, disse nesta terça-feira (24) que a Odebrecht terá que vender seus projetos no país, conforme os promotores negociam um possível acordo com a companhia.

Em entrevista à emissora local RPP, Kuczynski afirmou que o grupo está "manchado pela corrupção".

"Eles têm que ir embora. Acabou."

Também falou: "Eles vão ter que vender seus projetos, alguns são muito bons em matéria de fornecimento de eletricidade, rodovias, etc. Lamentavelmente, a burrice da corrupção ficou no meio."

Ele disse que o governo local já recebeu uma garantia de US$ 262 milhões do consórcio de gasodutos liderado pela Odebrecht por descumprimento do prazo de financiamento e quebra dos termos do contrato de US$ 5 bilhões de dólares que está retornando ao controle estatal.

Em dezembro, o grupo reconheceu a prática de suborno na América Latina. No Peru, segundo o Departamento de Justiça americano, foram pagos US$ 29 milhões em propina desde 2005.

Autoridades peruanas cobraram o equivalente a R$ 28 milhões para começar a negociar um acordo com a construtora. A empresa pretende reconhecer irregularidades fora do Brasil para continuar atuando nesses países.

Também nesta terça, a empresa divulgou um comunicado pedindo desculpas à sociedade peruana e seus trabalhadores por "erros graves" cometidos por ex-executivos da empresa.

"A empresa está fazendo todo o possível para expor e esclarecer em detalhes todos os fatos, para que a Justiça chegue a todos os envolvidos, permitindo também o pagamento de uma compensação justa para o Estado", disse a Odebrecht no comunicado.

A Odebrecht reiterou em seu comunicado a sua determinação de buscar alternativas para que os projetos em curso sigam em frente, mantendo os empregos e honrando os pagamentos a seus trabalhadores.


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