O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, disse nesta terça-feira (24) que a Odebrecht terá que vender seus projetos no país, conforme os promotores negociam um possível acordo com a companhia.
Em entrevista à emissora local RPP, Kuczynski afirmou que o grupo está "manchado pela corrupção".
"Eles têm que ir embora. Acabou."
Também falou: "Eles vão ter que vender seus projetos, alguns são muito bons em matéria de fornecimento de eletricidade, rodovias, etc. Lamentavelmente, a burrice da corrupção ficou no meio."
Ele disse que o governo local já recebeu uma garantia de US$ 262 milhões do consórcio de gasodutos liderado pela Odebrecht por descumprimento do prazo de financiamento e quebra dos termos do contrato de US$ 5 bilhões de dólares que está retornando ao controle estatal.
Em dezembro, o grupo reconheceu a prática de suborno na América Latina. No Peru, segundo o Departamento de Justiça americano, foram pagos US$ 29 milhões em propina desde 2005.
Autoridades peruanas cobraram o equivalente a R$ 28 milhões para começar a negociar um acordo com a construtora. A empresa pretende reconhecer irregularidades fora do Brasil para continuar atuando nesses países.
Também nesta terça, a empresa divulgou um comunicado pedindo desculpas à sociedade peruana e seus trabalhadores por "erros graves" cometidos por ex-executivos da empresa.
"A empresa está fazendo todo o possível para expor e esclarecer em detalhes todos os fatos, para que a Justiça chegue a todos os envolvidos, permitindo também o pagamento de uma compensação justa para o Estado", disse a Odebrecht no comunicado.
A Odebrecht reiterou em seu comunicado a sua determinação de buscar alternativas para que os projetos em curso sigam em frente, mantendo os empregos e honrando os pagamentos a seus trabalhadores.